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Foto do escritorVinicius Oliveira

Análise | A Casa do Dragão 1x09 (“The Green Council”)

Atualizado: 20 de out. de 2022

O golpe de Estado dos Verdes.

Divulgação: HBO


Dando sequência imediata aos eventos do episódio anterior, The Green Council marca o efetivo começo da Dança dos Dragões, o conflito em torno do qual House of the Dragon se deterá. Há uma nítida diferença entre este episódio e os anteriores, que funcionaram como uma espécie de prólogo; com as peças e jogadores devidamente posicionados, temos aqui a primeira de muitas horas da guerra que vinha sendo prenunciada desde o começo da temporada.


É uma hora marcada por intrigas políticas ainda mais afiadas, além de mortes que refletem o quanto ninguém está a salvo nesse conflito. A primeira dela se dá com menos de 10 minutos de tela, com Lorde Lyman Beesbury (Bill Paterson) sendo friamente assassinado por Sor Criston Cole (Fabien Frankel) ao defender a primogenitura de Rhaenyra (Emma D’Arcy), que, assim como Daemon (Matt Smith) e (a maioria de) seus partidários, não dá as caras nesse episódio. O foco detém-se quase exclusivamente sobre os Verdes, a facção de Alicent (Olivia Cooke), seu pai Otto (Rhys Ifans) e seus filhos; mal o corpo de Viserys (Paddy Considine) esfria e vemos sua esposa e aliados porem em ação os planos para que Aegon (Tom Glynn-Carney) seja coroado como rei no lugar da irmã, ainda que por motivações diferentes.


A “disputa” em torno de achar Aegon primeiro – com Criston e Aemond (Ewan Mitchell) de um lado e os gêmeos Erryk (Elliot Tittensor) e Arryk (Luke Tittensor) de outro – inevitavelmente soa como uma barriga para o episódio, uma forma de preencher o tempo considerando que a narração nos livros é bem mais sucinta quanto a esses eventos em torno da coroação. Funciona para explorar um pouco mais esses personagens (embora seja também a primeira vez em que de fato temos contato com Erryk e Arryk, numa falha significativa da série), mas as motivações para que cada dupla aja a serviço de Alicent ou Otto nunca ficam realmente delineadas, embora ilustrem que mesmo dentro de cada um dos dois lados da guerra há constantes divergências. Ao menos, podemos ver mais lampejos de humanidade em Alicent, que nas mãos de Olivia Cooke é mais uma vez um dos destaques do episódio e continua a ser um dos principais da série.


Outro destaque vai para Rhaenys (Eve Best), que aqui finalmente cumpre a promessa em torno da personagem. Sempre a víamos em diálogos cruelmente honestos e sardônicos com outros personagens como Rhaenyra e Corlys (Steve Toussaint), mas sua interação com Alicent e a forma como desarma a rainha e suas hipocrisias é um ponto alto do episódio, que só não é superado pelo que ela nos proporciona no clímax, destruindo (literalmente) a coroação de Aegon com um escape inimaginável e que se sagra como talvez a melhor cena da série até agora.


Embora The Green Council não tente carregar o mesmo impacto dos famosos nonos episódios de GOT, essa sequência final já o sustenta por seus próprios méritos. O episódio certamente se sobressai pelo seu foco restrito a apenas um dos núcleos – mesmo que seja aquele que em tese é formado pelos “antagonistas” da história –,aprofundando mais das suas motivações e maquinações e como estas definirão a guerra que aqui se inicia. Nem tudo funciona, como a já referida barriga na busca pelo Aegon ou a bizarra cena de Larys (Matthew Needan) se masturbando enquanto olha os pés (?) de Alicent. Mas mesmo estando um degrau abaixo da qualidade do episódio anterior, The Green Council não deixa de nos impactar, mostrando um amadurecimento cada vez maior da série conforme organiza sua narrativa. Apertem os cintos: a Dança dos Dragões começou.

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