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Foto do escritorÁvila Oliveira

Crítica | Abigail

Suspense brinca com gêneros e diverte até onde possível

Foto: Divulgação


Um grupo de criminosos profissionais sequestra uma jovem bailarina, Abigail (Alisha Weir), filha de um figurão do submundo do crime e a levam para uma mansão distante, onde ela deverá aguardar por uma grande recompensa para ser liberada. Tudo segue nos conformes até que coisas assustadoras passam a acontecer no lugar e os sequestradores terão que lidar com a menina, com o terror desconhecido e com a dúvida sobre seus parceiros.


A dupla de diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett tem, até o presente momento, mostrado uma filmografia voltada exclusivamente para o terror. Usando sempre de muito sangue e reviravoltas como identidade das suas produções eles tem exibido constância especialmente no primeiro ato: sabem aproveitar o tempo inicial para construir boas introduções, apresentação de personagens bem elaborada, cadência regular na montagem. Em resumo, uma excelente preparação para o desbunde dos atos seguintes. E não falo isso por irregularidade, é porque realmente o enredo muda de direção para um cenário extremamente caótico, o que funciona precisamente como contraponto ao início mais equilibrado.


E eis a beleza de chegar a um filme completamente ignorante sobre a narrativa: as reviravoltas realmente funcionam. Mas o longa tentou se preparar também para aqueles que são bombardeados pelo material promocional porque acredite, tem muitas reviravoltas mais uma vez, porém mais do que precisava. O roteiro tem prazer em surpreender o espectador, mas aqui chega a um ponto de não passar confiança no material que estava sendo exposto, como se precisasse a todo momento, do segundo ato em diante, estar impactando para sustentar o ritmo e segurar a atenção de quem está assistindo.

Foto: divulgação


O elenco guiado pela brilhante Melissa Barrera se entrega á experiência sem pudor e dança conforme a música, e toca de tudo aqui, tem comédia, tem terror gore, tem ação e até um pouco de drama meloso. Todos os coadjuvantes têm momentos marcantes, até mesmo o magnético Giancarlo Esposito que sempre está em ótimos papeis porque no fundo é o mesmo personagem em produções diferentes. Destaque para o carismático o memorável Angus Cloud em seu último trabalho e para a estrela do filme: Alisha Weir. A jovem atriz irlandesa deu um espetáculo em Matilda: O Musical (2022) e mostra de novo que tem potencial para ir mais longe do que eu imaginava.


Num mundo onde já tivemos Sexta-Feira 13 (1980), Uma Noite Alucinante - A Morte do Demônio (1981) passando por O Segredo da Cabana (2011) até chegar em Casamento Sangrento (dos mesmos diretores) o suspense que repete a fórmula “personalidades diferentes confinadas num ambiente hostil tentando sobreviver a um mal desconhecido” não é lá nenhuma novidade, o que vai validar é a abordagem, e Abigail apesar de divertir bastante, não tem tanto impacto nem nos (inúmeros) efeitos surpresa.


Nota: 3/5

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