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Foto do escritorFilipe Chaves

Crítica | Ambulância: Um Dia De Crime

Apesar da sucessão de clichês, o filme prende pelo seu ritmo alucinante

Divulgação: Universal Studios


Em “Ambulância: Um Dia de Crime”, novo longa de Michael Bay, o veterano condecorado Will Sharp (Yahya Abdul-Mateen II) precisa de dinheiro para pagar as despesas médicas de sua esposa. Então, com ajuda do seu irmão adotivo, Danny (Jake Gyllenhaal), decide roubar um banco no centro de Los Angeles. O plano dá errado e os dois acabam sequestrando uma ambulância para escapar, e dentro dela está Cam (Eiza González), uma socorrista que é feita de refém.


Apesar de não inovar em praticamente nada, o filme consegue entreter muito bem entre perseguições e explosões. A base emocional na qual o roteiro se sustenta, é uma mescla de coisas que já foram feitas em outros lugares, como “um familiar doente que precisa urgentemente de tratamento” ou “uma relação disfuncional entre irmãos, mas onde o amor prevalece” e por aí vai. Quando o clichê é bem trabalhado, não há problema em usá-lo, e aqui é, em partes. A dinâmica dos irmãos funciona bem, mas em outros casos, não consegue emocionar. Por exemplo, a enfermidade da esposa é mais usada como artifício do roteiro, uma desculpa para que haja o assalto, do que como um fator de comoção.


Como o drama não é o forte, sobra pra espetacularização da ação que Bay adora fazer em seus longas. Usando e abusando da câmera lenta, tudo soa um tanto exagerado, mas não deixa de ser divertido. As lutas corpo-a-corpo, sequências de tiroteios e perseguições são bem dirigidas e mantém o espectador ligado à tela. Além de reviravoltas que movem a história, sejam críveis ou não, elas funcionam para fins de puro e simples entretenimento. Ou seja, não precisa ter o mínimo senso crítico para aproveitar. Pelo menos não é um filme pretensioso.

Divulgação: Universal Studios


O trio principal, Abdul-Mateen, Gyllenhaal e González é bem carismático e competente, mesmo que não seja exigida deles uma atuação digna de Oscar, eles são bons o suficiente pra deixarem as cenas mais interessantes. Não há muita profundidade em nenhum deles, e justamente por isso suas atitudes geralmente são previsíveis, mas não é algo que incomode. Will é o irmão mais certinho, que tenta agir sem deixar vítimas, enquanto Danny é mais inconsequente e pra ele os fins justificam os meios. Cam é uma moça de personalidade forte, que honra sua profissão acima de tudo. Eles passam boa parte do tempo juntos, então conflito não falta entre eles e a dinâmica é bacana de se acompanhar, como essa relação vai se transformando ao longo do filme. É onde a carga dramática é mais eficaz.


Com 2h16 de duração, é fato que poderia ser menor e trazer mais dinamismo, mas não é algo que pese tanto. Com defeitos habituais, o ponto alto é o entretenimento e fazer do clichê algo empolgante de se assistir. Parece um episódio mais longo da série “9-1-1” (fica a dica). Vale a pena assistir e se não esperar muito dele, é mais satisfatório ainda. Não vai ser alvo de discussões em rodas de conversa, mas vai prender sua atenção entre tiros, porradas e bombas!


Nota: 3,5/5

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