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Foto do escritorGabriella Ferreira

Crítica | DNA do Crime (1ª temporada)

Série se perde nos clichês americanos na hora de contar história verdadeiramente brasileira

Foto: Divulgação


Após um assalto de proporções épicas a uma instalação de uma seguradora de valores no Paraguai, os policiais federais da delegacia de Foz do Iguaçu empreendem uma investigação complexa que envolve um grupo de crime organizado que atua em diversos estados e países da fronteira com o Brasil. Essa é a premissa básica de DNA do Crime, série brasileira lançada em novembro pela Netflix.


Com a alcunha de ser a primeira série policial nacional do streaming, em sua semana de estreia, atingiu a posição número um do Top 10 Brasil e Global da Netflix, sendo reconhecida como a série de língua não-inglesa mais assistida no país e no mundo. O sucesso dos seus oito episódios se deve às boas cenas de ação da trama e da qualidade do seu elenco, que segura um roteiro emaranhado de clichês de forma surpreendente.


No front desta investigação, temos três personagens que são o ponto propulsor da série. Do lado policial, conhecemos a agente Suellen (Maeve Jinkings), que está retornando após a sua licença maternidade, e Benício (Rômulo Braga), um agente repleto de problemas pessoais que está lidando com a perda do seu antigo parceiro após uma invasão à um presídio. Do outro lado, somos apresentados a Sem Alma (Thomás Aquino), um dos líderes da organização criminosa, que também esteve presente na invasão que vitimou o antigo parceiro de Benício.

Foto: Divulgação


DNA do Crime gira entre esses três personagens, tornando a história envolvente pela qualidade dos atores desses protagonistas. Eles são o ponto forte da narrativa pela profundidade que eles conseguem dar ao contar a história individual de cada um. Outro ponto positivo é a boa química entre eles, especialmente entre Jinkings e Braga interpretando essa dupla meio disfuncional nessa missão.


A trama de DNA do Crime é baseada em uma ocorrência que de fato existiu. Em 2017, uma seguradora paraguaia foi assaltada por uma gangue brasileira, que embolsou oito milhões de dólares. O caso foi noticiado na época como “o maior assalto da história do Paraguai” e o seu ponto de virada acontece quando a Polícia Federal decide usar a análise de DNA para ajudar na investigação. Esse gancho da trama, que dá o nome da série, tem a sua importância destacada, mas, parece ficar em segundo plano na maior parte do tempo, dando foco aos dois policiais protagonistas, suas perseguições repletas de ação e dramas pessoais, do que de fato mostrando os pormenores dessa tecnologia revolucionária.


Focar nisso, talvez, desse mais fôlego à narrativa, que parece se perder dentro dos clichês já propostos milhares de vezes por outras séries do gênero. Não me leve a mal, DNA do Crime tem seu mérito e é muito boa tecnicamente mas, talvez para se encaixar aos gostos de um público de massa, entregou um produto engessado, sem nenhum elemento que a diferencie das milhares de séries policiais do catálogo da Netflix.


Ainda assim, é sempre bom ver mais produções brasileiras no streaming, e, com a confirmação da segunda temporada, resta torcer para que a série se aprofunde não só no tema dito como o principal da sua história, mas também busque uma identidade própria na hora de contar uma trama verdadeiramente brasileira.


Nota: 3/5

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