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Crítica | Flamin' Hot: O Sabor que Mudou a História

Foto do escritor: Ávila OliveiraÁvila Oliveira

Mais um filme marketeiro para publicitários usarem como “case de sucesso”.

Foto: Divulgação


A comédia dirigida por Eva Longoria conta a história real de Richard Montañez (Jesse Garcia), o zelador da empresa Frito Lay que canalizou sua herança e educação mexicano-americana para transformar o icônico salgadinho Flamin 'Hot Cheetos em um lanche que revolucionou a indústria de alimentos e se tornou um fenômeno da cultura pop estadunidense.


2023 foi escolhido por Hollywood como o ano para filmes-produto. Filmes sobre marcas hoje muito famosas que por anos foram estudadas em faculdades de Publicidade e Propaganda ou citados em livros de marketing como os infames “cases” de sucesso. Pois agora essas histórias que antes moravam no imaginário de um nicho profissional (ou de empreendedores que tentam a qualquer custo um tiro no escuro que lucre) agora estão sendo ilustradas para alcançarem mais público.


Já teve tênis, teve jogo, teve marca de celular que nem existe mais, agora salgadinho ultraprocessado e ainda vai ter daquela boneca. Embora com abordagens diferentes e tons diferentes, todos tem em comum o desejo de fazer com que o público que tornou aquele item sucesso de vendas faça basicamente o mesmo com o filme. É fácil perceber como cada um se liga com uma questão social diferente para validar seu ponto de vista. O do tênis destacou a força da voz negra como peça principal de um artigo de vendas; o do jogo quis recontar despretensiosamente (?) um causo da Guerra Fria colocando – mais uma vez – a Rússia União Soviética como grande vilã; o da boneca certamente destacará o protagonismo feminino e cutucará o mundo materialista. E esse vem mostrar como a comunidade latina nos EUA consegue fazer a diferença no mercado.



Foto: Divulgação


A produção é a estreia da atriz Eva Longoria como diretora de um longa de ficção. E mesmo tendo experiência na direção de episódios de televisão deu pra perceber que a condução de um material mais longo teve alguns problemas no ritmo. O primeiro ato é composto de uns 3 momentos em que parece que já estamos no desenvolvimento e de repente lá vem mais introduções, assim como a conclusão apresenta ganchos de encerramento do enredo e ele parece não querer terminar.


É um filme que visa a celebração da cultura mexicana, e ele tenta mostrar isso sempre que pode, mas tenta tanto que as vezes o resultado são caricaturas sem qualquer personalidade mesmo com um elenco encantador. As escolhas de estilo fazem a produção imprimir uma aparência de sátira involuntária tamanha a necessidade enfatizar que ali são latinos mesmo caso alguém tenha alguma dúvida.


De fato, é um causo surpreendente – mesmo sabendo que ali tem-se várias liberdades criativas – mas (e eu tentei muito evitar esse trocadilho aqui) a verdade é que faltou tempero, mesmo com seus pontuais momentos emotivos e de comédia bem executados. Faltou ousadia visual e narrativa, o filme conta a história de maneira redonda, mas não tem qualquer identidade, não assume qualquer risco que faça ele se destacar no meio de tantos filmes-produtos do ano.


Nota: 2,5/5

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