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Foto do escritorÁvila Oliveira

Crítica | O Pior Vizinho do Mundo

Mesmo com tema sensível e elenco eficaz o resultado é morno

Foto: Divulgação


O Pior Vizinho do Mundo conta a história de Otto Anderson (Tom Hanks), um viúvo mal-humorado cuja única alegria vem de criticar, organizar e julgar seus vizinhos, até que uma família jovem e animada se muda para a casa ao lado e ele se aproxima da esperta e grávida Marisol, levando a uma amizade inesperada que vai mudar o triste rumo da sua vida. A dramédia é uma adaptação do best-seller sueco Um Homem Chamado Ove que já foi adaptado para o cinema em 2015 num filme homônimo e que chegou a ser indicado a dois Oscar (Melhor Filme Internacional e Melhor Maquiagem e Penteados).


O diretor Marc Forster tem em seu currículo dramas bem consolidados que geralmente fazem sucesso com o público. Ele tem a sensibilidade para filmar bons momentos afetivos e amarrar narrativas que muitas vezes não tem algo de muito especial, mas que ele consegue tornar especial. Porém em O Pior Vizinho do Mundo o diretor parecia sem inspiração para criar momentos e filmou com uma segurança que não deu qualquer identidade a uma história que faz bom uso de assuntos frágeis e delicados.


O filme trabalha bem as cenas de comédia, as cenas de romance e também as cenas de drama, mas como ele não decide em qual dos gêneros quer construir sua base tudo parece limitado e morno, mesmo tendo como pano de fundo temas como suicídio, luto e solidão. O roteiro consegue segurar a atenção do espectador ao entregar de forma gradativa e sutil as motivações do protagonista e detalhes do seu passado.

Foto: Divulgação


Os maiores responsáveis pelo filme funcionar são os nomes do elenco. Tom Hanks já vem vivendo sua fase “senhorzinho simpático” (apesar de ranzinza) há pelo menos uns 5 anos, e é mais um papel que ele consegue tirar de letra. O veterano consegue desenvolver uma boa parceria com a radiante atriz mexicana Mariana Treviño nos momentos cruciais do filme, ela é, na verdade, o espírito do filme. Entre os nomes do elenco de apoio está Truman Hanks, filho caçula de Tom, que entregou uma atuação tímida e contida.


O drama tinha potencial para tentar seu uma isca de premiações se apelasse mais para o melodrama obscuro, mas preferiu se ater a suavidade e a simplicidade do roteiro. É possível que o emotivo final deixe uma boa lembrança na memória recente do filme, mas a longo prazo a ausência de grandes instantes faz com que ele não imprima qualquer marca, nem boa nem ruim no espectador.


Nota: 3/5

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