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Crítica | Train Dreams (Festival Sundance de Cinema 2025)

Foto do escritor: Ávila OliveiraÁvila Oliveira

Drama épico é filmado com elegância, mas perde força em meio a divagações

Foto: Divulgação


Baseado num romance de mesmo nome, a adaptação conta a história de Robert Grainer (Joel Edgerton), um homem comum que viveu em tempos extraordinários do início da expansão ferroviária norte-americana, e trabalhou como temporário no oeste americano no começo do século XX. Tendo que lidar com a distância de sua família e a perda de entes queridos, ele luta para se ajustar a esse novo ambiente em constante mudança.


O mais recente filme do cineasta Clint Bentley é um deleite visual antes de qualquer coisa. Não há como passar por Train Dreams sem ser impactado pela beleza plástica do longa. O que o diretor de fotografia Adolpho Veloso faz com o contraste de sombras e com os planos abertos é sem dúvidas o maior destaque do filme. A ponto de em alguns momentos não parecer importar o argumento que deveria amarrar aquelas belas imagens bucólicas estadunidenses.


Mas existe sim ali um enredo bem norte americanizado sobre os tempos áureos onde os brancos homens de bem viviam com suas belas e recatadas esposas na mais tranquila paz longe de todos os males contrários ao seu estilo de vida e/ou vindos de fora. A vida do protagonista é contada através de uma narração apática que em nada soma ao encadeamento de fatos, além disso existem causos de personagens paralelos e constantes contemplações que tentam dar um gracejo ao texto – e que pode funcionar bem no livro – mas aqui resultou numa distração em relação à trama do personagem central. A narrativa funciona melhor, para além do protagonista e do contexto geopolítico em si, quando se percebe que o tema central é a passagem do tempo e a instabilidade espontânea que o acaso/destino pode trazer à vida por mais planejada que ela seja.


Joel Edgerton veste como ninguém as roupas de época de homem bruto do início do século XX, e desempenha um papel contido, mas que consegue manter a constância necessária para o desenvolvimento da narrativa. E mesmo com um elenco de coadjuvantes de peso, nenhum dos personagens consegue se fazer relevante o suficiente para deixar algum registro no resultado.


Em meio a reflexões existenciais e questões de propósito humano, que pendem para uma inocência quase tola, Train Dreams consegue passar sua mensagem e contar a sua história com sucesso, mas sem chamar muito a atenção, mesmo as vezes sendo necessário uns picos de energia.


Nota: 3/5


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