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Foto do escritorGabriella Ferreira

Crítica | Desejo Proibido

Filme romantiza mais uma história problemática e já se torna um dos piores do ano

Foto: Divulgação


Chegando aos cinemas com sessões antecipadas neste fim de semana, o longa polonês Desejo Proibido tem sua estreia oficial em circuito nacional marcada para treze de abril. Com direção de Tomasz Mandes, da franquia 365 dias da Netflix, a história foca em Max (Simone Susinna) que depois de se envolver com a filha de Olga, começa a desenvolver um sentimento pela mesma (Magdalena Boczarska) e inicia um romance com ela sem saber da relação entre as duas. Os dois embarcam em um romance tórrido, até que a filha de Olga descobre e põe tudo a perder.


Entrando nessa onda de sucesso de longas pseudo-eróticos, Desejo Proibido tenta engatar uma história que já entrega sua problemática através da sinopse. E assim como outros sucessos do gênero, o longa pretende alcançar um bom público dando ênfase nessas cenas mais quentes, porém, ele consegue falhar já nesse primeiro ponto e entrega um casal protagonista bem insosso, sem carisma e sem química. Comparando com 50 Tons de Cinza, por exemplo, trilogia responsável pelo boom de filmes eróticos, Desejo Proibido tem cenas de romance que são bonitas visualmente mas que não entregam absolutamente nenhum tipo de sentimento para o telespectador.


Muito disso é culpa da direção. É possível enxergar em Tomasz Mandes uma tentativa falha de fazer uma direção parecida com a de Sam Taylor-Johnson em 50 Tons. Ela abusa de um bom jogo de câmera, com takes menos centralizados e explora uma paleta de cores em tons frios, e, mesmo não sendo um bom filme, Taylor-Johnson consegue convencer na direção usando esses artifícios. Em Desejo Proibido nós encontramos essas mesmas similaridades na condução da história, em falta com a originalidade, algo que também é visto em outros longas do diretor.

Foto: Divulgação


Dando foco agora a história, Desejo Proibido parece que tenta surpreender um telespectador que, em sua maioria, já sabe todos os grandes plot-twists desse gênero. E, quando foca no drama e na relação entre mãe e filha, o longa consegue acertar o seu tom, mérito principalmente das duas atrizes, que são bastante competentes e, sem dúvidas, entregam a melhor parte do filme. Já o mocinho é terrivelmente péssimo, carismático tal qual uma porta e com uma beleza extremamente artificial, daquelas que a gente vê em homens de catálogo de perfume de terceira categoria. Entre esses personagens, mal existe um diálogo e você não consegue entender como uma juíza em plena consciência das suas faculdades mentais se apaixona por uma criatura tão sem sal.


No fim das contas, é difícil tirar um saldo positivo das longas duas horas de projeção de uma história que não parece decidir para onde quer ir e acaba falhando em absolutamente todas as tentativas. Quando você pensa que Desejo Proibido conseguiu encerrar, pelo menos, de uma maneira satisfatória, mais cinco minutos colocam tudo a perder com uma das resoluções mais absurdas e vergonhosas que você vai assistir. Claro, o homem se envolve com você e com sua filha, mas no final, o amor sempre vence né?


Uma pena que histórias romantizam problemáticas tão absurdas ainda consigam espaço nas telas. Desejo Proibido não consegue ser nem um bom filme de drama, nem traz boas cenas eróticas e nem te faz rir tanto da vergonha alheia que ele se propõe. O meu desejo é que ele seja proibido mesmo.


Nota: 0,5/5

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