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Foto do escritorÁvila Oliveira

Crítica | Homens Brancos Não Sabem Enterrar (2023)

Insira aqui seu trocadilho esportivo preferido sobre oportunidade perdida, lance errado, fora da cesta, etc.


Foto: Divulgação


Remake do marcante filme homônimo de 1992, a comédia apresenta Kamal Allen (Sinqua Walls), um ex-astro do basquete do ensino médio que estava escalado para jogar na NBA - até ser preso no último ano. Agora, quando não está trabalhando como entregador, ele joga basquete “extraoficialmente” por dinheiro. Jeremy (Jack Harlow) jogou basquete para a Gonzaga – e também era cotado pra NBA – quando rompeu os ligamentos dos dois joelhos e se viu viciado em analgésicos, vendendo bebidas desintoxicantes para ratos de academia e treinando aspirantes a astros do basquete. Quando os dois personagens se conhecem, eles percebem que poderão se aliar para conseguir dinheiro em apostas informais e competições.


Eu não sou hater gratuito de remakes. Na verdade, sou bem positivista quanto a ideia de se adaptar e, algumas vezes, atualizar uma história que porventura tenha ficado datada, por exemplo. É também uma oportunidade de apresentar o produto original para toda uma geração que talvez não o conheça, ou de revisitar uma ideia, conceito ou mesmo história que mereça uma perspectiva diferente. O lado negativo é que sempre haverá a primeira versão (ou a versão anterior) para se comparar, além do apego emocional do público.


Então foi com essa mente aberta que fui ver a nova versão da comédia clássica estrelada por Wesley Snipes e Woody Harrelson. E, de antemão, mesmo com alguns acertos, o filme falha em quase tudo que citei no parágrafo anterior. Primeiro porque faltou liga em cena entre Sinqua e Jack Harlow (que é rapper e está fazendo sua estreia em filmes), e parece que também faltou vontade. Woody e Wesley eram amigos antes de gravarem a primeira versão – inclusive Snipes lutou para seu amigo assumir o personagem que inicialmente seria de Keanu Reeves, os atores estrearam juntos no cinema no filme Uma Gatinha Boa de Bola (1986) e de lá pra cá estiveram em outros três filmes juntos.


Foto: Divulgação


Segundo, o filme insiste em embasar os protagonistas com detalhes que se mostram desinteressantes (e as vezes desnecessários) para a trama do filme e que algumas vezes estão ali só pra virar piadas curtas e efêmeras. O principal motivo para o personagem Kamal ter largado sua promissora carreira foi o fato dele ter sido preso. Mas isso é citado tão brevemente que quando uma fala no meio do filme lembra que ele foi preso você se pergunta se aquilo já foi mencionado antes. São tantos pormenores inflando um roteiro que deveria ser tão simples que saber se os homens brancos conseguem enterrar se torna só mais uma tiradinha sem a menor graça.


Se esse fosse um material original o roteiro talvez imprimisse mais confiança do que demonstra, mas tendo como ponto de partida um dos mais simpáticos filmes de Hollywood, o resultado é tímido. Falta a malícia que o filme dos anos 90 tem, falta até um pouco da sensualidade. E eu não estou dizendo que o roteiro do primeiro é genial ou nada do tipo, ele mesmo tem suas falhas e seus “tapa buracos”, mas é tão fluido e tão azeitado que até os problemas ajudam a dar gracejo e identidade à comédia.


Falta leveza e falta carisma. O filme acerta algumas piadas e tem boas sequências de basquete, mas isso não soma força o suficiente para dar corpo à produção. O remake tem energia, mas direciona essa energia para momentos errados deixando o filme tenso e travado sem a menor necessidade.


Nota: 2/5

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