Crítica | The Alto Knights: Máfia e Poder
- Ávila Oliveira
- 20 de mar.
- 2 min de leitura
Confuso e desordenado, filme parece um mosaico de várias referências que não forma qualquer imagem.

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The Alto Knights acompanha a disputa pelo controle das ruas de Nova Iorque por dois dos mais notórios chefes do crime organizado da cidade, Frank Costello (De Niro) e Vito Genovese (De Niro). Uma vez melhores amigos, ciúmes mesquinhos e uma série de traições os colocam numa rota de colisão fatal que vai transformar a máfia (e os EUA) para sempre.
Esse é o tipo de filme que se traja e se porta como os filmões cânones do seu gênero, e a olho nu pode até passar a impressão a um espectador desavisado de que se tem ali um trabalho refinado. Mas basta passar pelos primeiros 30 minutos para detectar a bagunça de estilo e de diegese ao se contar aquela história.
O cineasta Barry Levinson é um nome para lá de experiente em dramas criminais, assim como o roteirista Nicholas Pileggi, que escreveu simplesmente Os Bons Companheiros (1990), já tem um passado com uma escrita de referência em filmes de gângsters. Mas aqui não há denominador comum para os autores e o resultado deixa bem à mostra a falta de unidade. É uma confusão de abordagens que não dialogam entre si, hora quer se vestir de documentário, hora tenta focar na dramatização, hora é dominado por uma narração que depois é esquecida por um bom tempo, e isso compromete, de forma especial, a cadência do filme que fica sem ritmo e sem impulso.

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A carreira de Robert De Niro foi marcada por personagens de mafiosos italianos nos EUA em alguns dos principais títulos do cinema, então tentei ver a opção de trazê-lo para fazer ambos os protagonistas como uma espécie de homenagem "hors concours" a sua contribuição, porque fora isso não existe qualquer motivo aparente para ele dar vida aos dois papeis. Papeis esses que, mais uma vez, ele desempenha redondamente bem e com uma facilidade aparente, mas talvez se dividisse o espaço de cena com outro ator a narrativa ganhasse mais cores do que conseguiu.
The Alto Knights é um filme feito por mãos experientes, mas que numa urgência tardia de tirar o enredo do papel acabaram por usar de recursos já preestabelecidos no gênero que não harmonizaram e construíram um produto datado e sem pontuações. Parece uma história já contada infinitas vezes no cinema estadunidense, e de formas bem mais inspiradas.
Nota: 2/5
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