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Crítica | Um Filme Minecraft

  • Foto do escritor: Ávila Oliveira
    Ávila Oliveira
  • 2 de abr.
  • 2 min de leitura

Aventura é artificial, sem lógica e une o absurdo ao ridículo da pior maneira possível.

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Bem-vindo ao mundo do Minecraft, onde a criatividade não apenas ajuda você em suas artes e habilidades, como também é essencial para a sobrevivência! Quatro atrapalhados - Garrett “The Garbage Man” Garrison (Jason Momoa), Henry (Sebastian Hansen), Natalie (Emma Myers) e Dawn (Danielle Brooks) – envolvidos em seus problemas do dia a dia, de repente são transportados, através de um misterioso portal, para Overworld: um bizarro e cúbico país das maravilhas onde impera a imaginação. Para voltar para casa, eles vão ter que saber tudo deste mundo (além de protegê-lo de criaturas malignas como Piglins e Zumbis) ao embarcar em uma missão mágica na companhia de um experiente construtor imprevisível, Steve (Jack Black).


É preciso aplaudir a coragem que Um Filme Minecraft tem de ser ridículo. Nos primeiros minutos de tela em que Jack Black introduz a história já é perceptível o tom irreal e bizarro que o filme vestirá. Não há qualquer pudor ou anseio de ter um resultado menos do que cafona, mas a que ponto isso por si se sustenta? Porque para mim quando um filme exagera a ponto de se blindar de todo contraponto afirmando que a sua intenção sempre foi esse “ridículo” ele só expõe o vazio presente em toda a estrutura.


Nada faz qualquer sentido no roteiro, escrito por cinco pessoas. Não existe apelo, não existe causa, não existe consequência e nem existe contexto. O argumento abre e fecha tentando passar uma mensagem do poder da criatividade e da imaginação, mas durante todo o meio isso não é anulado por incontáveis bobagens executadas por personagens ruins, falas ruins e situações que não adicionam em nada a uma estrutura narrativa hipotética. Sempre assumo quando acontece e não tenho problemas com isso, mas sim, eu ri em umas quatro ou cinco piadocas presentes num poço infinito de piadocas ruins, então a comédia provavelmente vai acertar vários públicos em momentos diferentes porque ela atira para todos os lados.

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As atuações de Jack Black e de Jason Momoa convergem para o mesmo caminho, mas é difícil de assistir a Danielle Brooks tentando achar lugar para o seu talento naquele circo de moldado por efeitos visuais horríveis que muitas vezes parece estar fazendo pouco caso do espectador, como se ele também fosse uma piada ruim.


Em nada o filme deixa a desejar ao também desastroso Harold e o Lápis Mágico (2024), e na verdade eu acho que chega a ser mais covarde que o filme do lápis de cor porque usa da estranheza (uma estranheza calculada e nada orgânica) como artifício para tapar buracos, justificar erros e validar toda a bagunça realizada em cena. Enfim, torço para que outros (pelo menos as crianças) menos amargos do que eu se divirtam mais do que consegui, embora eu custe acreditar que entre os adultos tenha quem ache esse tipo de conteúdo minimamente bom se não for pelo pleno exercício da pós-ironia.


Nota: 1/5


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