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Crítica | O Ritual

  • Foto do escritor: Ávila Oliveira
    Ávila Oliveira
  • 26 de jul.
  • 2 min de leitura

Filme é consistente em seu estilo, sua narrativa e principalmente em suas falhas.

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Divulgação


Baseado em uma história real, O Ritual é um terror envolvendo dois padres em um momento complicado de suas vidas: enquanto um duvida de sua fé, o outro precisa lidar com um passado conturbado. Quando uma jovem é possuída pelo demônio, eles terão que deixar suas diferenças e problemas de lado para gastar todo o tempo tentando salvar a garota. Contando com uma arriscada sequência de exorcismo, o tempo passa e a igreja precisa correr para expulsar o inimigo do lugar sagrado e trazer a menina de volta à vida real.


O cineasta David Midell se apega, desde os letreiros iniciais até letreiros de encerramento, à uma tentativa quase que absurda de manter um tom documental científico com tema que é essencialmente sobrenatural. O longa-metragem busca construir um estilo de filmagem em que insere o espectador como um personagem-observador e ali ficamos inertes a tudo que acontece, de forma também inerte, no roteiro esforçado, mas já bastante conhecido. O texto busca dar relevância às questões de dúvidas no tocante à fé humana e os limites da crença, mas nada disso fica impresso na narrativa filmada, e morrem nas palavras proferidas pelos personagens. E nisso o longa se desenvolve, sempre opaco, sempre neutro, com um ritmo comprometido pela escolha de fugir, até onde possível, dos recursos básicos do terror; até onde possível porque na segunda metade o texto se entrega a uma proposta que assume postura divergente à que vinha pregando nos primeiros minutos.

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Todo o restante faz o arroz com feijão de forma competente, mas inexpressiva. Al Pacino faz o velho místico, Dan Stevens o padre galã com questões metafísicas e tensão sexual com uma jovem freira, e Abigail Cowen a jovem possuída. É uma estrutura por si já cansada. E aí entro nos méritos de adaptação e fidelização ao material base. Por mais que seja inspirado numa história real e por mais que seja dito que é o caso de exorcismo melhor documentado nos EUA até hoje, talvez sejam necessárias mais alegorias visuais e narrativas para que o filme se imponha em meio a incontáveis outros também inspirados em história reais e que abrem e fecham a mesma forma.


É um filme que acredita em si até o último instante, e que se apega às suas decisões, boas, como a boa dosagem de efeitos visuais e a objetividade na introdução, por exemplo, mas também nas ruins, como a falta de força nas cenas dos rituais, os mini sustos não intencionalmente engraçados, os efeitos sonoros caricatos e todo o resto.


Nota: 2/5


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