Crítica | Jurassic World: Recomeço
- Ávila Oliveira
- 3 de jul.
- 2 min de leitura
Recomeço da saga jurássica (em todos os sentidos) diverte ao se colocar de volta no subgênero de animais assassinos.

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Jurassic World: Recomeço acompanha Zora Bennett (Scarlett Johansson), uma especialista em operações secretas que lidera uma missão arriscada para coletar material genético de dinossauros em uma ilha remota e perigosa. O local, outrora um centro de pesquisas do Jurassic Park, abriga espécies deixadas para trás, incluindo três colossais criaturas cujo DNA contém uma substância de valor inestimável.
Não sejamos hipócritas em achar que o sétimo filme de uma franquia que já dura mais de 30 anos vai trazer alguma novidade para o jogo a essa altura do campeonato. Então por mais que este filme prometa ser um recomeço explicitamente tem-se que levar em consideração que por nenhum meio esta é uma história original, posto também que é uma continuação dos longas anteriores. É um enredo que repete erros e acertos de seus antecessores. Então mesmo o aguardado retorno de David Koepp (responsável pelo texto do filme original) ao roteiro não traz tanto frescor à narrativa naturalmente limitada e, assim como os animais, enfraquecida pelo tempo. Dito isto, é animador ver os dinossauros inseridos outra vez como monstros em vez de filme “pet friendly". Isso trouxe de volta a aventura e o suspense dos anos 90 que haviam se perdido nos mais recentes numa tentativa de humanizar e sentimentalizar os grandes répteis como se não fossem grandes erros humanos movidos pelo capitalismo (como quase todos).
É a direção de Gareth Edwards e o carisma do elenco que são os principais responsáveis por acertarem o tom da dinâmica. Recentemente o cineasta britânico dirigiu Resistência (2023), uma ficção científica polida e densa demais para ser aproveitada, e desde o seu Godzilla (2014) que mostra traços comuns em seu estilo de filmagem que aparecem aos montes aqui. Cores saturadas em filtros de amanhecer e entardecer, cores saturadas em fumaças espaçadas que escondem personagens e objetos e planos abertos mostrando cenários de grande escala são apenas alguns deles. Edwards sabe trabalhar com o macro, sabe trabalhar o detalhe numa perspectiva distante, e adora se exibir com isso (nos melhores dos sentidos), logo o gênero “grandes aventuras caras” provavelmente sempre vai servir muito bem a ele.

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Quanto ao elenco, Scarlett Johansson e Jonathan Bailey sabem exatamente as roupas que precisam vestir para cumprir a missão de conduzir este filme, sem mais nem menos. Todos os nomes que orbitam ao redor destes dois também fazem o feijão com arroz necessário para o minimamente bom desempenho do todo, até mesmo os nomes que compõem o elenco com a mera função narrativa de morrer.
Se esforçando para olhar como um produto isolado de seu contexto mercadológico, Jurassic World: Recomeço consegue ser um filme resoluto e bem resolvido, levando em consideração todos os contrapontos já citados. Mas quando se para para analisar que virão incontáveis outros filmes para extrair leite de uma pedra que já não consegue fornecer muita sustância, ele se mostra um recomeço já cansado.
Nota: 3/5