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Crítica | Nas Terras Perdidas

  • Foto do escritor: Ávila Oliveira
    Ávila Oliveira
  • 14 de abr.
  • 2 min de leitura

Feia, artificial e sem vida, a fantasia é péssima em tudo que se propõe.

Divulgação


Baseado em um conto de George R.R. Martin e dirigido por Paul W.S. Anderson, Nas Terras Perdidas conta a história de uma rainha (Amara Okereke) que, em um ato ousado, envia a poderosa e temida feiticeira Gray Alys (Milla Jovovich) para as enigmáticas "Terras Perdidas", em busca de um poder mágico capaz de transformar uma pessoa em um lobisomem. Ao lado do misterioso caçador Boyce (Dave Bautista), que a acompanha na luta contra criaturas sombrias e inimigos implacáveis, Gray Alys embarca em uma jornada por um mundo sombrio, repleto de mistérios e perigos. Porém, ela guarda um segredo: todo desejo que realiza vem com um preço inimaginável.


Difícil saber por onde começar. Nas Terras Perdidas é uma simulação cínica do que alguém acha que é “fantasia sombria”. Nada parece orgânico, nada parece pensado, nada é bom. Com uma ambientação péssima, desde o primeiro minuto, o filme abre como se o público tivesse qualquer conhecimento sobre aquele mundo e seus personagens. A narrativa joga nomes, relações e conflitos rasos como se estivéssemos todos íntimos daquele universo há anos. Só que ninguém está, nem os personagens ao que tudo mostra. E curiosamente o fraquíssimo roteiro sabe disso, a ponto de ser composto por falas que se explicam em voz alta, e desenham cada ação futura.


Nada é minimamente interessante no enredo que mistura ficção científica com fantasias míticas e tenta inserir diversas críticas sociais cansadas, batidas e mal estruturadas como se estivesse, de fato, construindo algo épico. O resultado é absurdo de tão tosco, repetitivo, sem impulso e com reviravoltas ridículas que acham que estão amarrando as pontas de forma genial, e na verdade anulam quase toda aquela farofada que se assistiu, à duras penas, até o final.

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A direção de elenco é criminosa. Parece que os atores receberam o texto horas antes das gravações. Nenhum ator ou atriz aparenta ter alguma noção do que está fazendo, as atuações são um mosaico tosco de olhares perdidos, entonações genéricas e de uma apatia que é, honestamente, vergonhoso de assistir. A cena inicial de Dave Bautista já é uma de longe uma das piores performances que um ator fez no cinema mundial em 2025.


A ação não tem vida, o suspense não cria tensão, e a montagem é tão inexpressiva que não gera cadência nem ânimo no emaranhado de cenas que se sucedem sem vontade. O visual é, talvez, o menor dos problemas, haja vista que é o único ponto de constância na produção, ainda assim é também um problemão. Os efeitos visuais destoam entre si e se somam a uma fotografia cheia de filtro preguiçoso e exagerando no lens flare, como se estivéssemos num filme do J.J. Abrams de 2009, o que cria uma estética repetitiva e cafona.


Nas Terras Pedidas acaba por aparentar ser uma versão inacabada de um filme com muita pós-produção a ser repensada, para dizer o mínimo. Várias das escolhas confesso que entenderia se estivéssemos lidando com um diretor estreante numa produção desse porte ou mesmo com um longa-metragem de baixo orçamento, como não é nenhum dos casos, é só péssimo mesmo.


Nota: 0,5/5


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