Crítica | Os Caras Malvados 2
- Ávila Oliveira
- 2 de ago.
- 2 min de leitura
Atualizado: 4 de ago.
Continuação amplifica alcance estético, narrativo e carisma de seus personagens

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Os Caras Malvados lutam para encontrar confiança e aceitação para sua recente condição de bons moços, quando são forçados, por um esquadrão de mulheres criminosas, a abandonar a aposentadoria para fazer "um último trabalho".
A animação Os Caras Malvados, de 2022, não se fixou no pós-exibição da forma que várias outras animações facilmente conseguem com o público infantil. Mesmo o filme tendo alcançado uma bilheteria notável, não houve, por quaisquer que tenham sido os motivos, uma febre mercadológica com os personagens, o que, de certo modo, ajudou a não saturar. De toda forma, os carismáticos animais voltaram para uma animação mais completa, menos repetitiva e bem mais afiada no humor e na ação. Ainda bem.
Este é o segundo longa-metragem do cineasta francês Pierre Perifel, que também dirigiu o primeiro filme, e traz mais uma vez os personagens, inspirados numa série de livros infantis, para uma história cheia de debates morais e sociais bem representados e camuflados nas analogias e metáforas animais. O filme abre com um flashback frenético de uma das ações dos até então “caras malvados”, mas a história se inicia mesmo mostrando os protagonistas buscando uma ressocialização e uma reinserção no mercado de trabalho após os eventos do longa primário.

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A dicotomia bem-mal segue sendo a pauta central do texto, e a adição de novos animais com novos contextos e novas motivações ajudaram a expandir o discurso, suas interpretações e seus desdobramentos. A continuação também cresce na estética. O estilo cartunesco, as influências de animes e de jogos eletrônicos contribuem para estabelecer e reforçar a plástica já bem trabalhada no filme anterior.
É mais um excelente caso do clichê hipotético criado pelo imaginário popular em que um filme de animação deve agradar a adultos e crianças simultaneamente. Rico no visual e rico na mensagem, é um filme que diverte sem idiotizar e nem subestimar o entendimento do seu público, seja ele qual for.
Nota: 4/5