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Foto do escritorDavid Shelter

Crítica | DOM (3ª temporada)

Temporada final encerra série de forma objetiva

Foto: Divulgação/ Amazon Studios


Pedro Machado Lomba Neto/Pedro Dom/Bandido Gato (1981-2005). Quando em junho de 2021 a série estreou, o final do protagonista já era definido, por mais que o destino do seriado ainda não estivesse previsto naquela época. Inspirado na história de um dos criminosos cariocas mais conhecidos no início dos anos 2000, a produção do Prime Vídeo se montou em três temporadas, e em 2024 chega ao fim. Criada por Breno Silveira (1964-2022), Dom constrói sua trama em volta da vida de Pedro Dom e seus familiares, amigos e parceiros. Após uma estreia marcante e um segundo ano morno, o encerramento veio em uma temporada mais enxuta e objetiva.


Sempre fico absurdamente satisfeito e extasiado com o nível de produção dessa série, em que suas três temporadas, teve a parte técnica como a mais elevada. É notória a qualidade e o cuidado que tiveram em tudo que a envolvesse. Com a somatória de som, fotografia e direção de arte, ela se monta num pedestal de grande grandeza que é um verdadeiro primor. Confesso que aquela lente do protagonista me causa incômodo desde o primeiro momento de sua aparição, mas acaba se tornando um mero detalhe com o decorrer do tempo, pois, a série se prova de maneira categórica e mostra o seu lugar de pertencimento no audiovisual.


Aproveitando a deixa, seria impossível escrever qualquer coisa sobre essa criação de Silveira sem citar o maravilhoso Gabriel Leone. Enquanto na estreia seu personagem estava um momento de maior deslumbramento e no segundo ano em um estágio mais contigo, nesse encerramento ele veio com um tom de aceitação. Leone é de uma espetacularidade tão ímpar, que sua interpretação de um protagonista desvirtuado causa um certo hipnotismo em que você acaba se apegando a ele. É uma entrega que já vinha sendo feita de forma incrível desde 2021, e que neste final fechou o ciclo com chave de ouro. Gabriel Leone mostra mais uma vez que é um dos melhores atores não apenas de sua geração, mas incluindo também todos os que ainda estão em atividade atualmente.

Foto: Divulgação/ Amazon Studios


Desde a segunda temporada a série já indicava como se daria o fim de Pedro Dom, rememorando algumas vezes aquela cena do túnel e da granada e dando um vislumbre do que estava por vir. Retornando com cinco episódios, a produção já deixava claro que não haveria pormenores desnecessários, mas ainda deixando alguns. Ao contrário da primeira temporada, em que éramos apresentados às histórias dos personagens e Victor tinha seu passado ali contado, mas que fazia sentido estar na trama, nesse encerramento a maioria de suas cenas parecem deslocadas, mesmo que tenham permanecido na temática dos anos anteriores. Apesar de haver alguns momentos de viagem ao passado que se conectam ao protagonista, de forma geral, Victor é um personagem que não tem a necessidade de estar sempre em tela para que a trama discorra. Fora isso, há uma objetividade explícita no roteiro em querer finalizar a história de Pedro Dom sem arrodeio.


A direção também não deixa a desejar, trazendo mais cenas de ações bem guiadas e eletrizantes, e tendo o domínio do equilíbrio com os momentos de drama. O ápice do trabalho está no episódio final com a sequência de Dom no túnel seguida pelas reações de seus familiares ante aquela notícia. Há uma sensibilidade logo após o estardalhaço tão bem orquestrada que evoca a emoção de quem está assistindo. Além, é claro, da parte sonora, uma trilha que se ergue com o drama que a cena pede e a torna um dos melhores encerramentos de uma série.


Por fim, Dom foi uma série que soube como começar, como contar a sua história e como encerrar no momento oportuno. Uma produção deslumbrante que pede e merece aclamação, e deixa o desejo por mais produtos com a mesma qualidade técnica e histórias que empolguem.


Nota: 4/5

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