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Crítica | Paradise (1ª temporada)

  • Foto do escritor: Filipe Chaves
    Filipe Chaves
  • 19 de mar.
  • 3 min de leitura

Entre altos e baixos, melodrama e reviravoltas absurdas, não faltou entretenimento.

Divulgação


Criada por Dan Fogelman, de This is Us, a trama de Paradise se passa em uma comunidade idílica habitada por alguns dos indivíduos mais proeminentes do mundo. Porém, um assassinato chocante acaba com essa tranquilidade, desencadeando uma investigação de alto risco. Esta é a premissa básica da série, e logo de início já dá para notar que há algo estranho, como por exemplo, por que o presidente dos Estados Unidos está morando naquela cidadezinha com tão pouca segurança? A reviravolta final do primeiro episódio responde esta pergunta, mas o faz de uma maneira tão estapafúrdia que eu me questionei se valia a pena continuar vendo a série. Continuei, mas com o alerta aceso de que não deveria levá-la a sério, por mais que o roteiro implorasse por isso em algumas situações.


É assim que a narrativa segue, focando em determinados personagens a cada episódio, o que eu gosto, porque é essencial que conheçamos aquelas pessoas e não há dificuldade alguma em assistir Sterling K. Brown e Julianne Nicholson, dois vencedores do Emmy, darem seus shows. Brown é Xavier, o chefe de segurança do presidente Cal Bradford, interpretado por competência por James Marsden, enquanto Nicholson é Samantha, sua chefe de gabinete. Não é fácil escrever mais sobre eles sem dar qualquer spoiler, mas vou tentar. Xavier é um pai viúvo, que tem uma rusga com Cal, de quem já foi bastante devoto, e Brown, sem surpresas, tira o personagem de letra. Cal, por sua vez, é o presidente gente boa, que sente o peso do cargo e não queria muito estar ali, além da pressão familiar. Clichê, eu sei, mas é o que não falta por aqui e Marsden está realmente bem no papel. Samantha é quase robótica, à primeira vista, aquele tipo de pessoa que fará o que for necessário para manter a “ordem”. Graças a flashbacks e a performance de Nicholson, vemos que há uma pessoa por trás da casca. 

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A história gira em torno deste trio protagonista, suas ações e consequências em meio ao que, de início, parecia uma série policial, vai se transformando em uma ficção-científica misturada com um drama familiar pesado – afinal estamos falando do criador de This is Us, certo? E a impressão é que está mais apelativo aqui do que na série anterior. A busca de Xavier para descobrir a tal verdade o coloca em um ponto de antagonismo com Samantha e, apesar de haver uma dinâmica interessante entre a dupla, ela é ofuscada pelas reviravoltas que parecem ser o carro-chefe que guia o enredo. Praticamente, em todo final de episódio, há uma grande virada na trama. Algumas fazem sentido e outras são completamente absurdas porque o intuito é mais o choque do que o desenvolvimento, mas te mantém fisgado assistindo e ansioso pela próxima, isso não dá para negar. E geralmente elas vêm acompanhadas de frases de efeito, o que sempre me faz dar uma leve risada, por mais seriedade que a cena queira passar. 


São oito episódios no total e o sétimo é o melhor deles. Não só da série, como um dos melhores da televisão nos últimos anos. Tendo como cenário um fatídico dia muito importante para a narrativa, a tensão é elevada ao máximo e o drama funciona perfeitamente, com os personagens sendo colocados em situações em que decisões extremas precisam ser tomadas, com grandes consequências em jogo. Este é o valor de uma série episódica, porque enquanto outros podem não agradar tanto, vem um episódio que mostra que a excelência pode ser atingida. No entanto, o oitavo e último, apesar de ter seus momentos, incluindo um ótimo gancho para a já confirmada 2ª temporada, fraqueja na conclusão do assassinato, com um desfecho covarde. Em uma produção que não tinha medo de ousar, a solução me parece um balde de água fria, onde prevaleceu mais uma vez o intuito de chocar do roteiro, mas o tiro saiu pela culatra e foi bastante anticlimática. A série tem conquistado o público e eu entendo o porquê: é fácil se envolver na teia de mistérios de Paradise, que mesmo entre seus altos e baixos, mantém um entretenimento que não exige muito da audiência. Então com toda sua cafonice, é um entretenimento válido.


Nota: 3/5


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