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Foto do escritorGabriella Ferreira

Crítica | Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton (Minissérie)

Shonda Rhimes acerta de novo em spin-off de Bridgerton.


Foto: Divulgação

Adaptada do sucesso literário da norte-americana Julia Quinn, ‘Bridgerton’ chegou à Netflix em 2020 e se tornou uma das produções originais de maior sucesso da plataforma. Com duas temporadas lançadas, uma terceira já gravada e com um provável sinal de renovação para futuros anos, a produtora Shondaland resolveu apostar em um spin-off sobre uma das personagens mais curiosas e misteriosas da série: A Rainha Charlotte.


A aposta, sem dúvidas, foi extremamente acertada e coube a veterana e incrível Shonda Rhimes desenvolver e roteirizar a minissérie Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton juntamente com Julia Quinn. Charlotte foi uma personagem criada especificamente para a adaptação televisiva de ‘Bridgerton’ e é interpretada por Golda Rosheuvel, que reprisa novamente o seu papel nesse spin-off que intercala o presente e o passado da personagem em duas linhas narrativas. No presente, a rainha enfrenta uma crise na coroa por seus filhos não terem gerado nenhum herdeiro para o trono. Já no passado, conhecemos a sua versão jovem interpretada por India Amarteifio, que acabava de desembarcar na Inglaterra para casar com o Rei Jorge em um casamento arranjado por seu irmão.


Utilizando o conceito de ficcionalizar uma história real, a série dá luz a vida da rainha inglesa Charlotte de Mecklenburg-Strelitz e retrata também personagens históricos da monarquia inglesa como Adolfo Frederico IV, princesa Augusta de Saxe-Gota-Altemburgo, George IV, entre outros. Além disso, o universo de ‘Bridgerton’ toma para si uma teoria que se torna cada vez mais aceita entre historiadores britânicos de que a rainha Charlotte era uma mulher negra. Este fato se torna o fio condutor desse spin-off, demonstrando como a presença dela foi fundamental para a inserção de outros nobres negros na corte inglesa e trazendo uma representatividade saudável e racializada em uma obra de época.


Em Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton nos debruçamos nesta trajetória de Charlotte de uma jovem teimosa e meio indefesa em uma monarca respeitada e conhecemos a sua história de amor com uma profundidade que era merecida. Afinal, o casal nasce de um casamento arranjado que culmina no nascimento de 13 filhos em uma história repleta de peculiaridades. Óbvio que em seu roteiro, a minissérie utiliza bem de artifícios já conhecidos em histórias de romance de casamentos arranjados, mas, tudo nessa história é feito de uma maneira muito orgânica e verdadeira e mesmo com os clichês, todo o seu arco funciona.


Foto: Divulgação


Muito disso é por conta do competente elenco. O casal principal interpretado por Corey Mylchreest e India Amarteifio tem uma química incrível em cena e ambos também dão conta de dar vida a personagens extremamente complexos. Também é destaque Arsema Thomas como a jovem Agatha Danbury, personagem importante da trama de Bridgerton que ganha aqui um background para suas ações no futuro e suas relações com o amor. Outro ponto muito positivo é o destaque aos personagens coadjuvantes como Brimsley, o mordomo da rainha, que também tem sua história de amor contada de uma forma muito poética.


Com uma ambientação belíssima e utilizando uma excelente trilha sonora de fundo para contar essas histórias, Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton também coloca nas telas como a saúde mental era tratada e negligenciada nesse período histórico, especialmente no seu quarto episódio. No fim das contas, a minissérie conta um drama sobre amor em suas diversas perspectivas e atravessamentos. Quando eu comecei a assistir, não entendia a necessidade de um spin-off para uma série que possui oito temporadas previstas. Mas, após terminar os seis episódios chorando e soluçando com essa trama, tive que constatar que é uma das mais belas histórias de amor já contadas pela Netflix.


Que bom que Charlotte não pulou o muro. Que bom mesmo.


Nota: 5/5

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