Crítica | El Fin de Las Primeras Veces / The Last First Time | 2025 SFFILM Festival
- Ávila Oliveira
- há 3 dias
- 2 min de leitura
Crônica compila dramas e incertezas de um amadurecimento gay latino.

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Eduardo (Alejandro Quintana), um jovem de 18 anos de uma pequena vila em Jalisco, viaja para Guadalajara para prestar vestibular. Nesta cidade grande e estranha, longe dos olhos dos pais, ele vivencia seus primeiros encontros e desencontros amorosos e sexuais.
Este é um filme complacente com a trajetória curta e intensa de seu protagonista. Ele se importa em centrar a condução da narrativa nas vivências do personagem, sabe aproveitar cada situação desenhada no roteiro para o seu desenvolvimento, e mira nos coadjuvantes apenas de relance quando necessário, sem esbanjar seu curto tempo em arcos paralelos. Logo nos primeiros minutos o longa deixa claro o foco que a narrativa terá nas experiências sexuais do protagonista. E é esse fio condutor que vai se ramificar para a construção do personagem e abrir o leque de emoções e sentimentos que ele viverá.
Mario é o personagem que apresenta a Eduardo tudo que este vem desejando e reprimindo viver enquanto adolescente em fase de descobertas, sexo, drogas, bebida, afeto e identificação. Os personagens se conhecem ao acaso num banheiro e o espírito agregador de Mario faz com que Eduardo se aproxime dele, conheça sua casa, sua família e se abra com ele quase que como um impulso, uma aventura, uma sequência de atitudes espontâneas travadas em sua rotina fechada e sistemática.

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Tal qual uma lição de moral dos pais mais tradicionais e responsáveis, o filme joga com as causas e consequências de não falar com estranhos, de não beber nada que desconhecidos oferecem, de que os seus únicos amigos são seus pais. Mas em nenhum momento tenta ditar como verdades absolutas ou reprovar quaisquer dessas lições. O texto não se coloca em posição de julgamento sobre certos e errados, mas expõe com responsabilidade (também desnecessária se pararmos para pensar) os causos do jovem Eduardo e como ele lida com suas escolhas.
A câmera sempre precisa sabe como imprimir as nuances necessárias para cada tipo de nova sensação experimentada pelo protagonista. O elenco de jovens atores trabalha com propriedade e acompanha essas nuances sem deixar os tons de seus respectivos personagens de lado. O cineasta e roteirista Rafael Ruiz Espejo se mostra no controle total da técnica, mas se perde um pouco em sua diegese, uma vez que a narrativa nem sempre evolua com a destreza que poderia e que deveria, por se ater a detalhes mencionados e mostrados que não chegam a ser desenvolvidos.
Nota: 3/5
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