Lista | As 15 melhores minisséries disponíveis na Max
- Filipe Chaves
- 30 de abr.
- 7 min de leitura
Um catálogo rico com diversas pérolas, onde selecionar apenas quinze não foi uma tarefa fácil.

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Quando começou a fazer séries dramáticas lá em 1997, com Oz, a HBO já fez história e algum tempo depois começou a investir em minisséries, com tramas que se encerravam em menos episódios e em apenas uma temporada. Seja um drama sobre a AIDS, a Segunda Guerra Mundial, uma dona de casa ou suspense policial que te fisga de primeira, qualidade não faltava e assim é até os dias de hoje.
Agora, temos a Max, o streaming da Warner, que engloba a HBO e também possui produções originais ou licenciados de outros canais, enriquecendo ainda mais o catálogo. Imagino que algumas ausências sejam sentidas, como Pinguim, que fez um merecido sucesso ano passado, mas preferi priorizar estas quinze que têm um alto nível. Se você não assistiu alguma, dê uma chance. Não vai se arrepender.

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15) The Plot Against America (HBO, 2020)
Baseada no livro homônimo de Philip Roth e adaptada por Ed Burns e David Simon, é uma história alternativa onde o antissemita Charles Lindbergh derrota Frank D. Roosevelt e se torna o então presidente dos Estados Unidos, o que faz com que a população adote tendências cada vez mais fascistas. Uma distopia assustadora, onde a tensão é gradativa e quase palpável, amparada por um elenco fantástico como Zoe Kazan, John Turturro, Anthony Boyle, Morgan Spector, Ben Cole e Winona Ryder.

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14) Mildred Pierce (HBO, 2011)
Durante a Grande Depressão de 1929, uma mulher recém-separada do marido e com duas filhas para criar, precisa se reinventar. Estrelada por Kate Winslet e dirigida por Todd Haynes, é um belo melodrama adaptado do romance homônimo de James M. Cain, que já viu as telonas em 1945 e em que Gilberto Braga se inspirou livremente para fazer Vale Tudo. A relação mãe/filha é um ponto chave da trama e Winslet e Evan Rachel Wood estão absolutamente fantásticas. Muitas emoções e reviravoltas compõem o que poderia ser um novelão, mas aqui temos ótimos cinco episódios.

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13) The Night Of (HBO, 2016)
Um estudante americano de origem paquistanesa busca ajuda jurídica após se envolver em um complicado caso de assassinato com fortes conotações culturais e políticas. Quando a melhor noite da sua vida se transforma na sua pior manhã, temos um primeiro episódio espetacular. Riz Ahmed, John Turturro e Michael Kenneth Williams – excelentes, como sempre – estrelam esta busca incansável e impensável por justiça. A minissérie perde um pouco da força perto do final, mas nada que comprometa o ótimo resultado final. Daquelas que quanto menos você souber, melhor.

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12) Sharp Objects (HBO, 2018)
Baseada no romance homônimo de Gillian Flynn (Garota Exemplar), a trama segue uma jornalista que retorna à sua cidade natal para cobrir um caso de assassinato que ocorreu no local. Amy Adams está irretocável como a protagonista e Patricia Clarkson é brilhante no papel de sua problemática mãe. O que parece ser um clichê se transforma em uma história forte sobre maternidade tóxica, que de alguma forma está interligada com a resolução do mistério principal. A cena final é simplesmente arrebatadora e tenha certeza que ela vai ficar na sua memória por muito tempo.

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11) The Pacific (HBO, 2010)
Focada na rotina dos fuzileiros navais estadunidenses durante as batalhas contra os japoneses na Segunda Guerra Mundial. Outra produção da parceria de Steven Spielberg e Tom Hanks, não consegue ser melhor do que Band of Brothers, mas ainda é excelente. Segue no mesmo cacife de espetáculo visual e a brutalidade da sua “irmã”, com ótimos e carismáticos personagens e é por eles que as coisas ganham uma proporção maior, onde não há romantização da guerra, mesmo que digam que sim.

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10) Olive Kitteridge (HBO, 2014)
Frances McDormand estrela como a protagonista que dá nome à produção, baseada em um livro de Elizabeth Strout. Olive é uma professora de matemática em uma cidadezinha do Maine e vai se transformando em uma mulher cada vez mais ranzinza conforme mudanças acontecem em sua vida. O texto transita com facilidade pelo humor sombrio e o drama durante os quatro episódios e com um elenco soberbo que, além de McDormand, ainda conta com Richard Jenkins. A narrativa mais lenta pode afastar algumas pessoas, mas é um deleite sobre a complexidade humana.

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9) It’s a Sin (Channel 4, 2021)
A única da lista que não é original Max (ainda que tenha o selo no aplicativo) ou HBO, a trama segue um grupo de amigos que vão morar juntos em Londres, no ano de 1981. Mas o que parece ser uma vida apenas de diversão é desafiada pelo surgimento do vírus HIV, que eles tentam ignorar de início, mas se torna cada vez mais presente. Criada por Russell T. Davis, o lado mais caricato da minissérie é tomado pela bonita história de amizade em um período tão difícil, incerto e assustador, onde perdas são iminentes, e é impossível não se emocionar.

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8) Mare of Easttown (HBO, 2021)
Uma moça assassinada em uma cidade pacata e uma detetive com um passado turbulento não são exatamente as tramas mais inovadoras do mundo, mas se sobressair do clichê é o que faz esta minissérie estrelada por Kate Winlest ser tão especial. Tem tudo que se espera dela, mas ainda consegue ser inesperada quando preza pelo drama além do choque e quando desenvolve tão bem a protagonista de Winslet e os coadjuvantes como Julianne Nicholson, Evan Peters e Jean Smart, completamente imersos em fantásticos personagens. O desfecho é um soco emocional e mostra a força de um belo drama policial pautado na tradição.

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7) Show Me a Hero (HBO, 2015)
Baseada em fatos, a decisão de construir habitações populares numa vizinhança branca gera tensão racial na cidade de Yonkers, e Nick Wasicsko, o prefeito mais jovem eleito no local, precisa lidar com toda essa situação. Oscaar Isaac preenche a tela com uma de suas melhores performances, amparado pelo texto de David Simon e William F. Zorzi. Simon é mestre em conseguir ir ao cerne de questões políticas, nos surpreendendo e se aprofundando em diversas vertentes. Se de início parece haver tramas demais, quando elas convergem tudo faz sentido, através de personagens muito bem construídos, interpretados por nomes como Winona Ryder, Alfred Molina, Catherine Keener e Dominique Fishback. O final devastador, ainda que poético, é a cereja do bolo.

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6) Angels in America (HBO, 2003)
Após descobrirem que são portadores do vírus do HIV, dois homens enfrentam os desafios e as implicações sociais, políticas e religiosas de viver com a doença nos anos 1980. Adaptada de uma peça homônima de Tony Kushner, a minissérie é dirigida por Mike Nichols e estrelada por Al Pacino, Meryl Streep, Emma Thompson, Mary Louise Parker, Justin Kirk, Patrick Wilson e Jeffrey Wright. Com este elenco estrelar, a produção aborda diversos temas pertinentes com muita sensibilidade e honestidade e com uma criatividade visual ímpar, desenvolvendo personagens tão humanos. É uma história que transcende décadas e é eficaz em qualquer época.

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5) I May Destroy You (HBO/BBC, 2020)
Criada, estrelada e codirigida pela espetacular Michaela Coel, aqui acompanhamos a história de Arabella, uma jovem escritora londrina despreocupada e confiante, que após uma noite de bebedeira com amigos é vítima de um crime terrível. A sensação de não saber direito o que aconteceu é quase palpável inicialmente e o brilhante texto de Coel faz um retrato cru, mas delicado do que é o abuso, suas diversas formas e o quão devastadoras elas são, afetando a vida pessoal, profissional e as relações das pessoas ao seu redor. São episódios de 20 e poucos minutos que sabem dosar um tema tão pesado com o humor, sem que um prevaleça sobre o outro. O final é absolutamente genial.

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4) Watchmen (HBO, 2019)
Criada por Damon Lindelof é uma visão atualizada da graphic novel de Alan Moore, sobre uma sociedade polarizada em seu repúdio a justiceiros mascarados. Se passando 34 anos depois dos eventos dos quadrinhos, a minissérie é estrelada pela sempre excelente Regina King, e, apesar dos elementos fantásticos presentes, ela não poderia ser mais realista, principalmente na abordagem mais humana. Lindelof é mestre em equilibrar essas coisas, como fez em Lost e The Leftovers e aqui não poderia ser diferente. O texto ambicioso casa com o impacto visual de uma trama, que é eletrizante, política e até engraçada. É coisa de gênio mesmo.

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3) Chernobyl (HBO, 2019)
Conta a história do desastre da Usina Nuclear de Chernobyl de 1986, desde o fatídico dia até suas inúmeras consequências. A dramatização de um dos piores desastres causados pelo homem tem todo o peso que se espera dela. Criada por Craig Mazin, a minissérie passeia pelo drama e o terror de uma forma equilibrada, desenvolvendo bem os personagens que acompanhamos durante os sensacionais cinco episódios, interpretados por atores como Jared Harris, Stellan Skarsgard, Jessie Buckley, Paul Ritter e Emily Watson. Debatendo política e ciência, é uma produção que é atual em qualquer época, seja nos anos 1980 ou 2020.

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2) Station Eleven (Max, 2021)
Em um mundo pós-apocalíptico em que grande parte da população mundial foi devastada por uma gripe, os sobreviventes tentam reconstruir suas vidas após perderem tudo. É uma narrativa baseada na humanidade, como as pessoas são transformadas diante de tragédias e como o poder da arte prevalece em momentos aonde tudo pode ter acabado. É uma minissérie belíssima, visual e emocionalmente, e, mesmo que parta da premissa de mais um apocalipse, Station Eleven foca no que vem depois, em como ter alguma esperança e ter algo pelo quê valha a pena viver e não apenas sobreviver. É irretocável e eu não poderia deixar de mencionar as performances do excelente elenco, com destaque para Mackenzie Davis, Hamish Patel e Danielle Deadwyller.

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1) Band of Brothers (HBO, 2001)
A primeira superprodução da parceria de Steven Spielberg e Tom Hanks é focada no batalhão de paraquedistas estadunidenses recém-saídos do treinamento, encarando a dura realidade de uma jornada pela Europa na Segunda Guerra Mundial. A minissérie tem 10 episódios que te levam à uma experiência imersiva sobre os horrores da guerra, com enormes batalhas espetacularmente filmadas, mas priorizando o lado humano com ótimos personagens, nos apegando a eles, sentindo cada perda e escalonando para algo cada vez mais pesado, que muda para sempre aquelas vidas. É um ritmo intenso onde a destruição toma conta, mas uma fagulha de esperança ao saber pelo que estão lutando dá um norte da grandiosidade da causa. É uma obra-prima.