Lista | As 15 melhores minisséries originais da Netflix
- Filipe Chaves
- 20 de mar.
- 8 min de leitura
Atualizado: 27 de mar.
Procurando uma série com poucos episódios para maratonar? A Netflix tem algumas opções que valem o seu tempo, incluindo as recentes Adolescência e Cidade Tóxica

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A quantidade de conteúdos nos streamings é gigantesca hoje em dia e a Netflix é, provavelmente, a que tem uma frequência maior de lançamentos. Quantidade não é sinônimo de qualidade, então não é sempre que surgem produções que se sobressaem, como é o caso das minisséries listadas aqui. A HBO é famosa pelo alto padrão em suas séries limitadas, mas ultimamente é a Netflix que vem se destacando no quesito e esta lista é prova disso. Com gêneros que vão do policial ao drama, cada uma tem suas peculiaridades e não se destacam à toa em meio ao mar de estreias que surgem toda semana.

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15º) A QUEDA DA CASA USHER (2023)
Última minissérie da parceria de Mike Flanagan com a plataforma, a trama conta a ascensão e queda da família Usher – dã! – com um belíssimo design de produção. Ainda que não seja a melhor da parceria de sucesso, as qualidades de sobressem aos pequenos defeitos. O elenco é recheado de figurinhas carimbadas de outras produções de Flanagan e competência não falta. Adaptada de vários contos de Edgar Allan Poe, Flanagan deixa sua assinatura contando uma história de drama familiar, sem claro, esquecer do terror. Se o percurso tem suas falhas, o final é excelente, surpreendente e trágico.

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14º) A MALDIÇÃO DA MANSÃO BLY (2020)
A segunda minissérie de Flanagan para a Netflix veio logo depois de seu maior sucesso – A Maldição da Residência Hill – e não deixou a peteca cair. Trazendo de volta Victoria Pedretti no elenco, desta vez como a protagonista, a trama é adaptada do clássico Os Inocentes: A Volta do Parafuso, e acompanha Dani (Pedretti), uma au pair que vai a uma mansão no interior da Inglaterra cuidar de dois órfãos que vivem apenas com os empregados. Flanagan mais uma vez consegue exaltar a qualidade da obra original e deixando seu traço único, com as reviravoltas características e contando uma bela história de amor com fantasmas pelo meio. O final quase derrapa na melosidade excessiva, mas não prejudica o que foi tão bem construído.

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13º) UM DIA (2024)
Adaptação da obra homônima de David Nicholls, mostra os encontros e desencontros de Emma, brilhantemente interpretada por Ambika Mod, e Dex, exalando o carisma de Leo Woodall. Sim, há uma versão em filme estrelada por Anne Hathaway, que eu também gosto, mas prefiro a minissérie. Funciona melhor por ter mais tempo para desenvolver os protagonistas não só como casal, mas individualmente. A escalação dos dois atores é fantástica e a química entre eles ressalta isso, mesmo que a história ainda não seja a mais profunda ou original do mundo, o modo como ela é contada aqui é um diferencial dosando as idas e vidas românticas com humor e deixando mais gostosa de acompanhar, mesmo que no final seja impossível segurar as lágrimas.

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12º) NADA ORTODOXA (2020)
Aqui acompanhamos Esther, uma jovem judia ultraortodoxa que foge do seu casamento na comunidade onde vive no Brooklyn, em Nova York, para Berlim, mas é seguida pelo marido e o cunhado. Shira Haas está simplesmente irretocável na pele da protagonista, flutuando entre a inocência de conhecer um mundo totalmente novo e uma força interior genuína. É uma jornada inspiradora, mas nada fácil. A trama tem uma narrativa não-linear entre o presente e o passado recente, onde vemos o conservadorismo exorbitante na religião e os motivos que fizeram a moça querer fugir. É uma adaptação emocionante do livro Nada Ortodoxa: uma história de renúncia de Deborah Feldman.

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11º) O GAMBITO DA RAINHA (2020)
Vencedora do Emmy de Melhor Série Limitada em um ano extremamente concorrido, fez jus ao prêmio, e ainda que não fosse minha favorita, entendo o porquê da vitória. Xadrez nunca foi tão empolgante e a história da órfã Beth Harmon também é, e interpretada por Anya Taylor-Joy em um dos melhores papéis de sua carreira tudo fica melhor ainda. O drama, a ambientação, a direção, tudo acompanha a elegância do jogo, e se tivesse uns dois episódios a menos, estaria mais bem colocada na lista. Em momento algum fica ruim, mas definitivamente há uma extensão em determinadas tramas ali pelos últimos episódios. O final, no entanto, é sensacional e honra o que vimos até então.

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10º) GODLESS (2017)
Em uma cidadezinha do Velho Oeste habitada por viúvas, um bandido implacável chega à procura de um desertor do seu bando, que está tentando uma nova vida por lá. Estrelada por Jeff Daniels, Michelle Dockery, Jack O’Connell e Merritt Wever em extraordinárias performances, a minissérie merecia muito mais reconhecimento. Venceu três Emmys, mas nunca foi tão comentada pelo grande público como outras da lista. Uma história de dor e violência, em um gênero onde mulheres geralmente não são protagonistas, possui personagens fascinantes e em sete episódios aborda diversos temas sem se perder na trama, que pode ter um modo familiar de ser contada, mas não menos surpreendente.

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9º) CIDADE TÓXICA (2025)
Baseada em fatos, já é uma das melhores estreias do ano. Em uma pequena cidade da Inglaterra, quando dezenas de bebês nascem com deficiências, as mães embarcam em uma batalha por justiça. A narrativa é muito bem construída através das personagens principais com complexidade, tratando de temas como maternidade e casamento de uma maneira muito honesta, sem deixar de lado a batalha judicial que permeia o enredo. Jodi Whittaker, Aimee Lou Wood e Rory Kinnear se destacam em meio a um elenco mega competente. É muito emocionante e não deixa de ser ultrajante ver o descaso de grandes empresas com o meio ambiente e a população. Mesmo se passando em meados dos anos 2000, não deixa de ser um lembrete para os dias que vivemos.

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8º) MAID (2021)
Após fugir com sua filha de um relacionamento abusivo, uma jovem mãe busca ajuda na assistência social e consegue um emprego de faxineira. A premissa desta belíssima produção pode passar a impressão de ser uma história melosa e batida, mas não se engane. É tudo contado de uma maneira muito sensível e original, protagonizada irretocavelmente por Margaret Qualley. Mostrando os Estados Unidos de uma forma bem menos glamourizada e abordando a violência doméstica de uma maneira que jamais soa apelativa, o drama consegue emocionar com facilidade, mesmo que não seja nada fácil assistir determinadas sequências. O final coroa a minissérie, honrando a luta de uma mãe que busca o melhor para sua filha.

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7º) RIPLEY (2024)
Baseado em um livro que também já foi adaptado para o cinema, Andrew Scott estrela esta versão em uma das melhores atuações dos últimos anos na pele do golpista Tom Ripley. O ritmo mais lento da trama que desagradou a tantos, para mim é um dos pontos altos. Tudo é muito bem construído, então quando os momentos de maior clímax chegam, o impacto é sentido de uma maneira muito mais forte. Escrita e dirigida por Steve Zaillian, possui uma elegância no texto que se transporta para a tela e o fato dela ser completamente em preto e branco – outro ponto que afasta parte do público – só a deixa mais deslumbrante visualmente, e tudo é enriquecido pela atmosfera de suspense que faz o enlace perfeito.

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6º) INACREDITÁVEL (2019)
Uma das minisséries mais incômodas da lista, conta a história de uma garota que alega ter sido estuprada é acusada de ter feito uma falsa denúncia, mas anos depois, duas investigadoras reabrem o caso. Estrelada por Kaitlyn Dever, Toni Collette e Merritt Wever em atuações primorosas, aborda um assunto extremamente pesado e complexo – que nunca é fácil de ser trabalhado –, de uma maneira muito madura e sensível, mantendo um ritmo coeso durante os oito episódios. O roteiro é brilhante em causar a famigerada dúvida na vítima e trazer o choque da realidade de tantas mulheres, o que realmente deixa tudo mais comovente de se acompanhar, gerando diversas reflexões.

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5º) MISSA DA MEIA-NOITE (2021)
Mike Flanagan de novo e não vai ser a última vez que uma produção sua aparece na lista, devo dizer. Com inspirações em obras de Stephen King, mais uma vez Flanagan consegue trazer sua identidade abordando fortemente a religião como um dos temas principais em uma ilha remota e catolicamente devota, equilibrando o terror e o drama com tamanha habilidade. O elenco composto por Zach Gilford, Kate Siegal, Hamish Linklater, Rahul Kohli e Samantha Sloyan é um poço de talento, e a construção dos seus personagens surpreende e emociona. Flanagan tem um dom para fazer nos apegar a pessoas em poucos episódios e aqui não é diferente.

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4º) BEBÊ RENA (2024)
Com um ritmo alucinante, é um dos maiores sucessos de público da plataforma e fez a limpa nas premiações. E com razão. O que começa como uma trama de stalker, vai evoluindo até se tornar um retrato íntimo sobre abuso, poucas vezes vista de uma perspectiva masculina. Criada e estrelada por Richard Gadd, o artista tem uma performance visceral e humana na mesma medida e não tem como não falar da imbatível Jessica Gunning na pele da enigmática, para dizer o mínimo, Martha. A palavra-chave aqui é humanidade, o texto retrata um mar de emoções conflituosas e que precisam de coragem para serem expostas. Felizmente, Richard Gadd teve e contou sua difícil história para o mundo.

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3º) OLHOS QUE CONDENAM (2019)
Baseada em uma dura história real, cinco garotos do Harlem, Nova York, vivem um pesadelo depois de serem acusados de um crime que não cometeram. Em quatro episódios dificílimos de serem assistidos, Ava DuVernay escacara o racismo, seja ele em sua forma estrutural ou mais crua possível. Dos cinco adolescentes, aos pais, aos promotores, as performances são de alto nível, com destaque para a intensidade de Jharrel Jerome. É daquelas produções para serem vistas uma única vez e que te marcam para todo sempre. Eu queria dizer que no final tudo termina bem, o que pode ser o caso para aqueles jovens – mesmo depois de todo o absurdo sofrimento que passaram –, mas é uma realidade que ainda perdura com tantos outros.

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2º) ADOLESCÊNCIA (2025)
Então, há uma discussão na internet se realmente a minissérie merece esta aclamação tão imediata. Eu digo categoricamente que sim. Não é porque alguma coisa é recente, que ela não deva ser valorizada pelo que é. Quando um adolescente de 13 anos é acusado de assassinar uma colega de escola, a família, a terapeuta e os investigadores tentam entender o que realmente aconteceu e é o que vai ser destrinchado nos quatro incríveis episódios filmados em plano-sequência, e acreditem, isso ainda não é o que mais impressiona. A história é completamente devastadora e um retrato cru de uma realidade cada vez mais presente da juventude atual, com atuações irretocáveis de Owen Cooper, Stephen Graham – que cocriou a minissérie – e Erin Doherty. É tudo isso mesmo.

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1º) A MALDIÇÃO DA RESIDÊNCIA HILL (2018)
A primeira série limitada de Mike Flanagan – já deu para perceber que eu sou fã? – para a Netflix é também sua melhor. Ele usa a já batida história de “família se muda para casa assombrada” completamente a favor de uma narrativa inovadora, misturando o terror clássico com saúde mental de uma maneira única. Atinge o ápice de todos os pontos que levanta, no horror que realmente assusta e no drama que é comovente sem jamais soar apelativo, com reviravoltas que causam impacto sem chocar gratuitamente - e a mulher do pescoço torto é um exemplo perfeito disso. O elenco é cheio de figurinhas carimbadas de Flanagan e com personagens cheios de nuance em uma família traumatizada que é tradicional apenas na superfície. Episódios como “Two Storms”, o sexto, estão entre os melhores da televisão e mostram todo o potencial alcançado em um plano sequência que faz o casamento perfeito dos gêneros da produção. O final é a junção de tudo que vimos até então e uma gigante catarse emocional. Espetacular.
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