Crítica | Premonição 6: Laços de Sangue
- Ávila Oliveira
- 13 de mai.
- 2 min de leitura
Retorno à franquia é escandaloso, animado e autoconsciente o suficiente para rir de si mesmo.

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Atormentada por um pesadelo violento e recorrente, uma estudante universitária volta para casa em busca da única pessoa que pode ser capaz de quebrar o ciclo de morte e salvar sua família do terrível destino que inevitavelmente os aguarda.
Quando uma franquia chega ao seu sexto filme, tendo passado por duas décadas de existência, não espera-se que ela venha para propor uma leitura revolucionária. Pelo menos eu não esperava. Quem conhece os filmes da saga Premonição sabe que todos seguem uma fórmula padrão = sequência de abertura de ritmo frenético, apresentação dos personagens que vão preencher o tempo de filme com mortes comicamente criativas, uma resolução do problema que nunca se resolve plenamente e um desfecho que brinca com ideia de um final feliz. E é precisamente isso que Premonição 6: Laços de Sangue (2025) traz pro jogo, pro bem e pro mal.
A cena de abertura é uma delícia. Brincando com um retrofuturismo no visual e sem se importar nem um pouco em seguir alguma lógica, ela resgata o que melhor, por assim dizer, marcou os filmes dos anos 2000: músicas irônicas prevendo as desventuras vindouras, muita explosão e elementos que serão usados como pontos-chave no decorrer da história para fingir que existe algum sentido em toda aquela matança descabida. E claro, tudo sendo apenas uma premonição do que provavelmente será evitado e desencadeará um grande efeito borboleta com a Morte. É de verdade uma grande cena espalhafatosa de cinema comercial como apenas Hollywood consegue entregar.

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Dessa vez o texto volta no tempo para tentar explicar de uma cajadada só todo o contexto dos filmes daquele universo, como e porquê os personagens do avião, do trânsito, do parque de diversões, da ponte, etc precisaram morrer para cumprir tabela com a escolha de uma pessoa que um dia teve uma visão do futuro e resolveu fazer uma boa ação. É ainda uma bobagem, parece ser desenvolto ou espertalhão, mas é ainda a mesma bobagem, e funciona. Ainda é divertido, ainda é criativo (nos seus parâmetros), ainda tem um sadismo lúdico e consegue rir de si mesmo sem questionar seu valor ou sem tentar dar voltas e voltas na forma buscando uma complexidade desnecessária para acabar caindo no mesmo lugar, como aconteceu com o chatíssimo O Macaco (2025).
Nada comunica mais o cinema estadunidense do que requentar uma franquia com as justificativas mais rasas como “apresentar para uma nova geração” o que uma geração anterior espremeu até a última gota. Também, nada comunica mais cinema estadunidense do que sangue, desastres e fazer o espectador torcer e vibrar pela morte de uma criança. E infelizmente eles fazem isso muito bem. Talvez o efeito nostalgia de reviver momentos da adolescência alugando o mesmo DVD várias vezes até decorar as falas tenha feito mais uma vítima, ou talvez minhas expectativas estavam mais baixas do que o normal, mas eu me diverti bastante com este.
Nota: 3,5/5