Crítica | Thunderbolts*
- Ávila Oliveira
- há 4 dias
- 2 min de leitura
Super-anti-heróis contra o baixo astral.

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Depois de se verem presos em uma armadilha mortal, uma equipe não convencional de anti-heróis deve embarcar em uma missão perigosa que os forçará a confrontar os cantos mais sombrios de seus passados.
É um alívio poder assistir a um filme de heróis da Marvel sem: 1) necessariamente ter visto os últimos e horríveis longas; 2) abordar multiversos e viagens no tempo que tapam os buracos dos fracos roteiros; 3) efeitos digitais mal acabados feitos por equipes cansadas da exploração de sua mão-de-obra; 4) repetir, por assim dizer, personagens e situações já saturados em outras produções
Thunderbolts* tenta trazer uma proposta diferente à mesa. É um filme menor, menos chamativo, menos eufórico, e por isso também menos cafona e menos ridículo. Ele segue uma tendência recente dos filmes hollywoodianos de ação que resgatam os moldes do gênero antes dele se deixar levar pelo barulho e cores dos efeitos digitais. Uma ação mais contida, embora ainda intensa, e que busca valorizar os momentos de tensão, diálogos e desenvolvimento de personagens tanto quanto as explosões.
Ainda assim, a produção faz questão de ficar lembrando o espectador que é aquele é um tradicional filme Marvel, o elenco que não vai além do esforço básico de convicção, as piadas que continuam passando do ponto e as lições de moral que são desenhadas de forma infantil. Mas vou dar o braço a torcer quanto a esse último quesito, porque comprei a mensagem do roteiro. Achei inteligente e importante terem deixado de lado a fantasia boba e divertida do universo em que aqueles personagens estão inseridos, para darem lugar a um vilão composto por metáforas psicológicas e sociais que podem comunicar mais e melhor com o público (jovem?) que é o alvo destes conteúdos.

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Mesmo assim a abordagem é piegas e limitada, o desfecho inclusive é bem semelhante ao de Divertida Mente 2, mas funcionou melhor na animação. É o poder do amor, da amizade e do diálogo resolvendo um longa de 2 horas cheio de pancadaria. Claro, é um filme de heróis, então abre-se o espaço para todas as possibilidades narrativas de alegorias, mas o texto prefere suavizar até mesmo nisso, o que colabora com o tratamento introspectivo almejado.
Bom saber que o estúdio começou a se preocupar minimamente em apresentar resultados com qualquer traço de personalidade distinto uns dos outros, seja na temática, seja no visual, haja visto que para além disso parece ser sonhar demais.
Nota: 3/5
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