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Crítica | Exit 8 (TIFF 2025)

  • Foto do escritor: Gabriel Sousa
    Gabriel Sousa
  • 4 de set.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 5 de set.

Adaptação de videogame surpreende com experiência imersiva e tensa.

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Divulgação


Depois de trabalhar oito horas em um escritório, caminhei até o metrô em direção a um cinema, observando meu reflexo nas portas do trem enquanto diferentes barulhos atravessavam o bloqueio sonoro dos meus fones. Após desbravar uma estação lotada e finalmente entrar na sala de exibição, estava pronto para mergulhar em um novo mundo. Para minha surpresa, porém, revi minha própria experiência refletida no protagonista do filme Exit 8.


Baseado no jogo de mesmo nome, sucesso nas redes sociais, especialmente no mundo do speedrunning (desafio de completar o jogo no menor tempo possível), o filme parte da premissa de um jogador preso em corredores de uma estação de metrô, tentando escapar ao identificar anomalias no ambiente. A partir dessa ideia, cria-se uma narrativa original que brilha justamente nos momentos em que estamos dentro do corredor, praticamente “jogando” o filme ao lado dos protagonistas enquanto buscamos as anomalias.


Quem conhece o jogo sabe que ele explora o terror através de jumpscares. Por isso, eu esperava uma sessão cheia de sustos e gritos. Para minha surpresa, o filme se afasta do terror e mergulha no thriller, apostando na tensão de estar preso em um ambiente claustrofóbico enquanto o mundo continua a correr lá fora.


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O aspecto mais impressionante da obra é sua estética: do design de produção, que recria com perfeição os corredores idênticos do jogo, ao trabalho de fotografia, que começa no ponto de vista do protagonista, recurso tão familiar aos videogames, até se expandir e nos permitir explorar os corredores de maneira mais ampla.


Durante minha sessão, aconteceu algo curioso: os vinte minutos iniciais foram exibidos sem legendas por engano. Ao revê-los depois, percebi que talvez essa tenha sido, de fato, a melhor decisão possível para o filme. A história real é sobre um homem preso nos corredores de um metrô, e sempre que a trama tenta nos lembrar da vida dele fora desse espaço, o filme perde força. Nessas passagens, a tensão e o ritmo cuidadosamente construídos se dissipam, transformando uma adaptação de jogo, cujo objetivo é a agilidade, em uma experiência arrastada.


Apesar desses momentos mais lentos, Exit 8 é uma adaptação de videogame sólida, que consegue criar uma experiência própria em vez de simplesmente repetir o que os jogadores já vivenciaram dezenas de vezes. Com um design de produção impressionante, boas atuações e uma trilha sonora que conduz o espectador, o longa consegue divertir tanto quem já conhece o jogo e seus virais no TikTok quanto quem nunca ouviu falar dele.


Nota: 3.5/5


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