Crítica | Frankie e os Monstros
- Ávila Oliveira

- há 5 dias
- 2 min de leitura
Simpática animação requenta alegorias para abordar temas como aceitação e codependência

Foto: Reprodução
Frankie e os Monstros acompanha um Professor Maluco que dá vida (ou tenta) a diferentes criaturas monstruosas. Em seu laboratório no topo do castelo Grotteskew, o cientista louco faz testes para criar o seu mais novo monstro. Sempre na espreita, olhando e se escondendo nas sombras, está Stitch Head, sua primeira e esquecida criação, um pequeno sujeito de aparência estranha e cabeça careca feito de pedaços e partes humanas. Stitch obedece a todas as ordens de seu mestre, mas é sempre rejeitado e pouco reconhecido, nunca recebendo carinho. O jovem divide seu tempo entre cuidar e manter o castelo seguro e deixar os outros monstros escondidos. Amedrontado com a menor possibilidade dos moradores da cidade de Grubbers Nubbin ficarem sabendo da existência das criaturas, Stitch faz seu trabalho com muito cuidado e precisão. Tudo muda, porém, quando um Show de Horrores chega à cidade, desesperado por novas atrações. Quando o dono do espetáculo conhece o honesto e humilde Stitch, acredita ter encontrado sua próxima estrela e promete ao rapaz tudo o que ele sempre sonhou: amor e fama.
Frankie e os Monstros (2025) é uma produção europeia dirigida por Steve Hudson e baseada nos graphic novels Stitch Head do autor Guy Bass, e ilustrados por Pete Williamson. A animação não possui os requintes técnicos e acabamentos refinados dos caríssimos produtos hollywoodianos, mas dentro de suas limitações consegue criar momentos onde o aspecto de “caseiro” emprega uma textura artesanal que corrobora e dialoga com o conteúdo do texto, as criações experimentais e o sentimento de que são sempre obras-primas.

Foto: Reprodução
O roteiro é um requentado de várias mensagens de reforço positivo infantil (que não deixam de atingir diretamente os adultos) que usam a alegoria dos monstros para as mais abertas e diversas interpretações sobre os deslocados e diferentes da maioria. E talvez os livros tragam elementos textuais e narrativos que deixem estas mensagens mais enfáticas, porque no longa ficou tudo opaco e sem os apelos que o deixaram inofensivo demais e sem desperdiçaram inúmeras possibilidades de elementos-surpresa com as criaturas.
Mesmo com o carisma e a boa vontade, a ausência de diferenciais textuais e especialmente estéticos vão fazer com que o trabalho passe despercebido em meio a tanta informação visual que berra ao público, mesmo falando pouca coisa.
Nota: 3/5





