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Crítica | Invocação do Mal: O Último Ritual

  • Foto do escritor: Ávila Oliveira
    Ávila Oliveira
  • 5 de set.
  • 2 min de leitura

Capítulo final resgata charme e sentimento de James Wan, mas peca pelo excesso de cafonice


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Em Invocação do Mal: O Último Ritual os investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren assumem o caso mais perturbador de suas carreiras. Jack e Janet Smurl, junto com sua família, começam a perceber que sua casa está apresentando sinais de infestação demoníaca. Sem saber como lidar com a situação, eles tentam de tudo até chamarem a atenção dos Warren que até então haviam deixado as investigações de lado. Os Warren então descobrem que a forma de mal envolvida é uma antiga conhecida da família.


É curioso perceber como Invocação do Mal 4: O Último Ritual se mostra um filme particularmente sensível ao dedicar uma parcela generosa do tempo de tela aos laços familiares que sustentam Ed e Lorraine Warren. A relação entre os dois é mais uma vez o pilar da narrativa, mas agora soma-se ainda mais uma camada emocional ao adicionar a filha do casal, Judy Warren, como personagem essencial, peça-chave na trama. E é nesse viés que o filme encontra fôlego justamente quando se debruça sobre a intimidade desses vínculos, fazendo o horror reverberar de forma mais pessoal.


Falando tudo isso parece que temos o mais polido dos dramas, no entanto, é impossível ignorar as limitações de Michael Chaves, cineasta que até aqui se mostrou mais confortável na cafonice do que na construção de um terror eficiente. Em sua filmografia, raramente se vê uma escolha criativa que não soe exagerada ou óbvia — ele insiste em escancarar o que poderia ser sugerido, perdendo assim um bocado da força que a gramática do terror encontra na sutileza. Ainda assim, é preciso admitir que, em comparação com o terrível terceiro filme da franquia, Chaves parece mais inspirado aqui. Há menos ansiedade em sua direção e, por vezes, ele alcança momentos de tensão bem construídos, além de costurar com mais cuidado as cenas familiares, apoiadas em diálogos funcionais que dão embasamento à narrativa. Mas o vício permanece, mesmo quando cria boas oportunidades, insiste em extrapolá-las visualmente, e desperdiçando o potencial do impacto que poderia ter alcançado.


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O elenco também sustenta com segurança o peso da história. O elenco que dá vida a  família Smurl trabalha com força e ajuda e ajuda a solidificar a atmosfera do filme, ampliando bem a dimensão dramática do terror. Destaque também para , os atores que encarnam a versão jovem dos Warren no início da trama adicionam um frescor inesperado, revelando um passado que opera diretamente com a essência do casal e garantindo a cena de abertura que funciona como um bom prólogo.


A produção resgata parte da paixão que James Wan havia impresso nos primeiros capítulos da franquia, devolvendo à série sua capacidade básica de provocar bons sustos, algo que o filme anterior sequer conseguiu entregar. No pior dos cenários, ao menos o quarto filme cumpre o papel de encerrar de maneira satisfatória uma das mais influentes franquias de terror contemporâneas, ao mesmo tempo em que deixa aberta a porta para futuras derivações de qualidade duvidosa. A despedida pode não ser perfeita, mas é suficiente para lembrar por que a saga dos Warren se tornou um fenômeno.


Nota: 3/5 

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