Crítica | Truque De Mestre - O 3º Ato
- Ávila Oliveira

- 11 de nov.
- 2 min de leitura
Sim, você já viu esse truque, e sim, ele continua divertido.

Em Truque de Mestre - O 3º Ato, os quatro cavaleiros, J. Daniel Atlas (Jesse Eisenberg), Merritt McKinney (Woody Harrelson), Dylan Rhodes (Mark Ruffalo) e Lula (Lizzy Caplan) retornam para mais uma aventura alucinante. Dessa vez, os ilusionistas serão desafiados em uma jornada que envolve a joia mais valiosa do mundo. Ao lado de uma nova geração de ilusionistas, o quarteto se envolve numa trama repleta de reviravoltas e mágicas. Diante de uma empresa corrupta, que lava dinheiro para diferentes criminosos, os dois grupos se reúnem para derrubar a família que controla a companhia.
É possível que três cineastas diferentes façam 3 filmes de uma franquia parecerem ser exatamente a mesma proposta? Truque de Mestre prova que sim. E, de antemão, não acho que isso seja um ponto positivo, é o mais puro reflexo da produção seriada de uma indústria. Falta qualquer identidade, qualquer traço de personalidade que dê aos filmes uma validação criativa ou artística para além das luzes brilhantes e do lucro. Mas de alguma forma, questionavelmente inocente, nada disso interfere na espetacularização desses filmes em específico e nos seus resultados esperados.
O material-base do texto segue tão absurdo e tolo quanto nos anteriores. A estrutura narrativa repete os mesmos passos, as mesmas curvas previsíveis e a mesma forma de apresentar seus personagens. Em certos momentos, parece até que algumas falas foram reaproveitadas, especialmente os trocadilhos rasos com mágica, ilusão e truques que encostam na autoparódia. O longa insiste em se levar a sério enquanto flerta com o próprio ridículo, entregando cenas que parecem saídas de um show de ilusionismo para turistas.

A produção, no entanto, ganha fôlego ao reunir nomes do elenco dos dois longas anteriores que até então não haviam contracenado, aqui no caso as personagens femininas de Isla Fischer e Lizzy Caplan. Essa junção confere uma dinâmica mais equilibrada às situações, quebrando um pouco a repetição dos velhos confrontos entre os protagonistas masculinos. As novas interações trazem uma energia ligeiramente diferente, e apresentam os poucos diferenciais em contraponto ao que já se conhece.
A adição de novos rostos também contribui para o ritmo, mesmo que os papéis sejam quase cópias das personas já exploradas. Há um esforço em ampliar as subtramas, criando conexões mirabolantes e absolutamente inverossímeis, todas orbitando o universo da mágica como espetáculo. Ainda assim, Truque de Mestre - O 3º Ato conserva o mesmo temperamento histérico, o mesmo exagero visual e a mesma capacidade de divertir quem embarca sem grandes expectativas. É um delírio controlado que continua sendo tão frenético quanto irresistível.
Nota: 3,5/5





