Crítica | Predador: Terras Selvagens
- Ávila Oliveira

- há 1 dia
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As aventuras do Predador boa praça

Em Predador: Terras Selvagens, um jovem predador banido de seu clã embarca em uma perigosa jornada em busca de um adversário final em um planeta remoto e futurista. Lá, ele encontra uma aliada improvável em Thia (Elle Fanning), uma sobrevivente andróide, e juntos enfrentam perigos em um cenário inóspito.
Como toda boa franquia hollywoodiana que foi requentada por mais de 4 décadas, Predador já viu diferentes apresentações e abordagens ao longo dos anos. O que de início começou como um másculo filme de ação estruturado no complexo do homem branco salvador contra um alienígena assassino, hoje traz uma perspectiva diferente ao ser extraterrestre dotando ele de sentimentos e motivações que o farão cair na graça do público, no sentido mais compassivo da expressão.
O filme abraça uma estrutura de ação que lembra fortemente jogos de videogame. Cada ambiente do planeta funciona como uma espécie de fase, cheia de obstáculos naturais e criaturas hostis que atrasam o avanço dos protagonistas. O enredo filmado se move de maneira quase interativa, com desafios que se sucedem em ritmo crescente, dando ao espectador a sensação de estar acompanhando uma longa e perigosa missão em um cenário virtual. Essa escolha estética e narrativa reforça o caráter lúdico da produção e mantém a tensão sempre presente.

Elle Fanning entrega uma atuação bem competente em um papel duplo que exige muito mais do que a expressividade facial. A atriz consegue alternar sutis diferenças de postura e movimento, transmitindo humanidade e frieza em doses sistemáticas, além de muito carisma. Além disso, seu trabalho de corpo bem ensaiado e executado ficam bem perceptíveis numa personagem que passa mais da metade do filme existindo apenas como metade superior. É uma performance que sustenta boa parte da empatia que o público sente durante a jornada. Não é todo dia que se vê a atriz em produções comerciais desse tamanho, tipo de trabalho ela parece desempenhar com facilidade.
Por vezes, no entanto, os efeitos visuais parecem apressados, especialmente em cenas de maior escala, nas quais a integração entre personagens e ambiente digital perde um pouco de naturalidade. Há momentos em que o filme se aproxima mais de uma animação hiper-realista do que de uma produção em live action. Ainda assim, a ação é empolgante, com sequências de combate e exploração que fisgam a atenção e que funcionam como catalisadores da narrativa. Como aventura, Predador: Terras Selvagens se sai muito bem, abraçando sem vergonha o espírito de camaradagem e a mensagem sobre “o poder da amizade”. É um longa que entende sua própria simplicidade quanto a estrutura do texto, e a transforma em ímpeto, seguindo até o fim com um entusiasmo, mesmo nem sempre conseguindo resultados tão positivos nos fechamento dos arcos menores.
Nota: 3/5





