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Crítica | Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda

  • Foto do escritor: Ávila Oliveira
    Ávila Oliveira
  • 5 de ago.
  • 2 min de leitura

Continuação adapta bem as questões geracionais e entretém, mesmo sendo previsível.


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Divulgação


Vinte e dois anos depois de Tess (Jamie Lee Curtis) e Anna (Lindsay Lohan) terem enfrentado uma crise de identidade, Anna agora tem uma filha e uma futura enteada. Enquanto enfrentam os desafios da união de duas famílias, Tess e Anna descobrem que o raio pode cair duas vezes no mesmo lugar.


Como é de consenso geral, o lado positivo de se chegar onde quer que seja com as expectativas baixas é que o mínimo básico alcançado se torna um resultado positivo. E é exatamente neste contexto que Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda passa por média. Estamos vivenciando o recente período de pós-fracassos de qualidade (e às vezes de bilheteria) dos remakes e continuações de Hollywood, especialmente da Disney. Toda derivação anunciada vem com um olhar de desconfiança e quase nenhuma empolgação a não ser por parte dos fãs daquele produto. E ainda que este filme tenha sido uma ideia pensada essencialmente para lucrar, ainda consegue ter alguns bons momentos, mais do que era esperado, preciso confessar.


O primeiro ato é uma bagunça desgovernada e por vezes vergonhosa. Ele tenta reinserir as personagens já conhecidas e apresentar novos nomes num ritmo quase vertiginoso, empurra várias piadas sem cabimento nos tempos do texto e cria situações ridículas que poderiam ter escalas menores de desdobramentos e ainda serviriam para o propósito pensado. Mas quando as grandes trocas acontecem é que a diversão começa, e até mesmo as bagunças que ainda persistem ficam mais organizadas, e justificadas.

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O roteiro sabe atualizar a mensagem central de “se colocar no lugar do outro”, uma metáfora completamente literal desde a primeira versão do filme nos anos 70. O conflito de gerações na troca de papéis com mais uma camada, e dessa vez adicionando um elemento externo aos laços de sangue, abre um leque diversificado de brincadeiras, piadas e lições de moral, e o texto abraça o máximo que pode. Me peguei algumas vezes me inserindo nos embates encenados, algo que não fazia quando era adolescente e assistia ao filme de 2002 incontáveis vezes. Existe aqui uma sensibilidade no trato do enredo que se preocupa em não deixar suas personagens fazendo trapalhadas ao léu, e amarra tão bem quanto pode suas motivações e objetivos.


Mesmo tendo um desfecho detalhadamente previsível, é de fato surpreendente o quão engraçado e, sim, emotivo, o filme consegue ser com uma premissa repetida. É notório que foi um trabalho divertido para todos os envolvidos na frente e por trás das câmeras, destaco os retornos de Lindsay Lohan e Jamie Lee Curtis que, mais uma vez, são a alma da produção.


Nota: 3/5


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