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Crítica | Acompanhante Perfeita

Foto do escritor: Ávila OliveiraÁvila Oliveira

Suspense usa ficção científica como alegoria de abuso e violência

Foto: Divulgação


Durante um fim de semana em uma casa de campo luxuosa, Iris (Sophie Thatcher) e Josh (Jack Quaid), um casal apaixonado, decidem se afastar do tumulto da cidade para relaxar com alguns amigos. No entanto, o que começa como uma escapada romântica logo se transforma em um thriller quando eventos perturbadores começam a ocorrer.


Acompanhante Perfeita é um longa cheio de reviravoltas espertas que ajudam o suspense a chegar com fôlego na reta final. Mesmo o espectador que saiba a motivação principal do filme pode se surpreender com o tanto de pequenas surpresas que o texto prepara para não deixar a história cair no marasmo. Fica, no entanto, o aviso que o texto abaixo trata de alguns spoilers.


O tema inteligência artificial e robôs, e as duas coisas juntas, voltou a ganhar a atenção de Hollywood nos últimos 5 anos. É robô brinquedo, robô amante, robô babá, robô em animação... não que seja uma pauta nova, mas o foco parece ter centrado nas relações humanas com a tecnologia com uma curiosidade quase que exploratória como se via até a década de 70. É como se o cinema americano estivesse redescobrindo o tema (ou reciclando como sempre).

Foto: Divulgação


E como uma alegoria usada brilhantemente em Esposas em Conflito (1975), o primeiro longa-metragem do diretor e roteirista Drew Hancock usa do artificial para tratar de dominação, abuso e violência psicológica. Mesmo funcionando mais como comédia do que como suspense, o principal tema discutido nas entrelinhas da produção é como o homem (literalmente) usa quaisquer artifícios ao seu alcance como ferramenta de exercer poder ou vantagem sobre outra pessoa ou sobre uma situação. E nessa construção de fábula o resultado é positivo, ágil e sagaz.


Embora seja um filme curto, ainda tem tempo suficiente para se repetir dentro das próprias reviravoltas, a ponto de parecer que objetivo de alguns efeitos surpresa são para nada além mais do que fazer volume e prolongar os minutos da duração. Ainda assim, o texto usa bem esses malabarismos para intercalar romance, drama, thriller e muita comédia, e não esconde ser uma farofa cheia de clichês, referências e ideias interessantes que não consegue se sair melhor do que planejou por se conter nos limites de seus artifícios narrativos em vez de exagerar e testar.


Nota: 3,5/5


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