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Crítica | A Hora do Mal

  • Foto do escritor: Ávila Oliveira
    Ávila Oliveira
  • 6 de ago.
  • 2 min de leitura

Direção habilidosa sabe aproveitar o texto esperto até o final com investigação instigante e sustos bem aplicados.

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A trama começa em plena quarta-feira, quando todas as crianças de uma sala desaparecem misteriosamente — com exceção de um único jovem. Exatamente às 2h17 da manhã, todas elas acordaram e saíram no escuro por livre e espontânea vontade, sem qualquer sinal de violência, e nunca mais voltaram. Agora, todos buscam respostas do porquê apenas os alunos da professora Gandy (Julia Garner) desapareceram. O que teria acontecido com as crianças e, mais importante, quem realmente estaria por trás desse evento?


A Horal do Mal parte de uma premissa investigativa, onde as peças do quebra-cabeças vão sendo expostas ao espectador ao mesmo tempo em que vão sendo montadas diante dos seus olhos, mas em nenhum momento, até o início do seu terceiro ato (e seu final bastante climático), o texto entrega o que de fato está acontecendo, todas as interpretações são possíveis ao mesmo tempo em que nada parece fazer sentido. E em meio a isso os sustos pontuais e a tensão constante dão a tonalidade de um terror esquisito, intrigante. Existe uma atmosfera assustadora, que direciona o medo, mas que não aponta exatamente qual o seu destino final.


Em 2022 Zach Cregger surpreendeu com seu terror original Noites Brutais, e mostrou dominar completamente a técnica do gênero, no enredo e especialmente na condução filmada. O diretor mais uma vez traz um filme cheio de estilo, cheio de vontade de contar aquela história e se importando com a experiência, com as sensações e com o resultado. 

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A Hora do Mal é um conto circular, bem fechado, bem introduzido e bem encerrado. A direção de fotografia de Larkin Seiple merece atenção especial por saber trabalhar jogo de sombras com sutileza e nitidez e por manter a câmera firme mesmo nos momentos mais frenéticos.


Atuações relevantes de Julia Garner, Josh Brolin e Alden Ehrenreich. No entanto é Amy Madigan quem rouba as cenas, sendo responsável por reverberar até nos momentos em que não se faz presente em cena.


Cheio de detalhes importantes, cheio de simbologias próprias e, mesmo um espectador mais desatento aos pormenores narrativos ou às alegorias conseguirá aproveitar a bizarra jornada de eventos. É revigorante sair de um longa com a cabeça fervilhando com o que acabou de ser assistido, onde você espera de tudo e nada prepara para a resolução, goste você ou não.


Nota: 4/5


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