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Motorheads: Velozes e Apaixonados (1ª temporada)

  • Foto do escritor: Filipe Chaves
    Filipe Chaves
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

Apesar de simpático, novo drama adolescente se perde pela falta de foco

Imagem: Divulgação
Imagem: Divulgação

Eu sou fã de séries teens desde sempre, sejam as mais elaboradas ou aquelas clássicas com todos os clichês possíveis. Motorheads – que no Brasil ganhou o hilário e cafona subtítulo de Velozes e Apaixonados – se encaixa no segundo grupo, mas não se iguala em tantos outros aspectos, infelizmente. A trama começa quando os irmãos Zac (Michael Cimino) e Cate (Melissa Collazo) voltam com a mãe, Sam (Nathalie Kelley), para a cidade natal dela, onde vão morar com o tio, Logan (Ryan Phillippe), irmão do falecido pai deles. Os irmãos dividem com o pai – e absolutamente todo mundo em Ironwood (risos) – a paixão por carros e velocidade de uma maneira geral. Além da premissa clichê, o resto do elenco adolescente não foge disso. A patricinha que namora com o vilãozinho popular da escola, o amigo mais escroto ainda dele, o amigo nerd do protagonista que funciona como alívio cômico, o cara misterioso marrento que vai se mostrando mais sensível com o tempo etc. e tal. Tá tudo ali, mas nem tudo funciona.


Criada por John A. Norris, que foi um dos produtores de One Tree Hill, um clássico do gênero, as semelhanças são várias, mas se tem uma coisa que a galera de Tree Hill tinha e falta aqui, era carisma – pelo menos na maior parte. Mesmo que as tramas não fossem rebuscadas ou inovadoras, o carisma do elenco e dos personagens segurava as pontas, havia muita química e a narrativa se desenvolvia de uma forma fluída pelos 22 episódios, falando somente da 1ª temporada. Neste caso, temos 10, com arcos que vão do nada a lugar nenhum, principalmente o que envolve o lado criminal da cidade. Está diretamente ligado com pai dos protagonistas, mas ainda assim destoa do resto. As corridas de rua já são ilícitas, precisava de assaltantes de carro também? Flashbacks de assaltantes? Para um mistério que é a parte mais desinteressante da série? Não precisava e é por isso que alguns enredos começam com potencial e ficam mal trabalhados. É uma pena e um desperdício, devo dizer.


Imagem: Divulgação
Imagem: Divulgação

O elenco, seja jovem ou adulto – poucos não parecem adultos, mesmo interpretando personagens de 17 anos –, é ok, ninguém ganha muito destaque no quesito atuação. No entanto, há química em pelo menos um dos casais dos inúmeros triângulos – e até quadrados – amorosos apresentados ao longo da temporada, que é o único possível para torcer. Alguns mal dividem tempo de tela e o número excessivo de possíveis casais é um reflexo do descompasso no ritmo, às vezes com o pé no acelerador e às vezes com o pé no freio – com o perdão do trocadilho. Falando nisso e na paixão compartilhada – quase todo mundo tem um carrão na cidade – pelo esporte da vez, as corridas são bem filmadas e trazem a adrenalina necessária para que a gente se empolgue, mas se alguém se importasse com os personagens, seria melhor ainda. Falo em questão de maioria, porque sim, há uns três ali que são mais simpáticos, ainda que com pouca substância.


Motorheads tinha a faca e o queijo na mão para fazer uma temporada de estreia decente. Não precisava ser inesquecível, mas reunir tantos atributos que fizeram sucesso em outras produções poderia ser a chave do sucesso. Os atributos existem aqui – inclusive a bela trilha sonora – mas falta foco e apresenta tramas demais sem tempo suficiente para desenvolvê-las, enquanto dá espaço para outras que não precisavam nem existir, deixando praticamente todas extremamente superficiais, o que dificulta um fator importante do gênero: a identificação. É notório que alguns arcos são inseridos aqui para serem mais aprofundados em um eventual 2º ano, que realmente pode ser melhor, caso seja mais centrada na história que quer contar. Ainda consegue divertir nesta temporada de estreia e em alguns episódios eu vi o potencial quase ser atingido, mas o saldo final é mediano.

Nota: 2,5/5


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