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Crítica | As Quatro Estações do Ano (1ª temporada)

  • Foto do escritor: Filipe Chaves
    Filipe Chaves
  • há 5 horas
  • 3 min de leitura

Nova série de comédia de Tina Fey é bastante agradável, mas tropeça feio no último episódio.

Divulgação


Baseada no filme homônimo de 1981 de Alan Alda, a trama foca em três casais de amigos – Jack e Kate (Will Forte e Tina Fey), Nick e Anne (Steve Carell e Kerri Kenney-Silver), e Danny e Claude (Colman Domingo e Marco Calvani) –, mas quando Nick decide pedir o divórcio, complica os tradicionais encontros do grupo a cada estação. Adaptada por Fey, Lang Fisher e Tracey Wigfield, a série aborda a crise da meia-idade, casamentos, amizades e mudanças em um texto leve, mas ainda cínico, o que dá uma certa acidez – comum nas produções de Fey, e que eu, particularmente, sou fã confesso. Desta vez ela não me fez gargalhar, mas ainda assim foi muito agradável de acompanhar a série, até certo ponto, pelo menos.


Nenhuma das relações traz algo muito inovador além do que já vimos em outras séries e filmes. Porém, o elenco é o maior ponto positivo. Além de Fey e seu timing impecável para ironia e sarcasmo, ela faz uma bela dupla com seu marido meio loser feito pelo competente Will Forte. Steve Carell está ótimo no papel, embora seu personagem seja o clichê dos clichês do solteirão de 50 e poucos anos que arruma uma namorada mais jovem. Kerri Kenney-Silver está bem como Anne, a recém-divorciada que não sabe muito bem como reagir à sua nova situação. Colman Domingo e Marco Calvani têm um relacionamento aberto e são a maior atualização desta nova versão, que funciona bem, uma vez que os dois têm bastante química e trazem uma representatividade mais orgânica, mesmo sem muito aprofundamento.

Divulgação


A questão do relacionamento aberto poderia ser melhor explorada, bem como diversas outras que ficam somente na superfície. No entanto, como a série escolhe uma abordagem com mais leveza, é compreensível que não se aprofunde tanto. São oito episódios de pouco mais de 30 minutos, com dois focando em cada estação. Nos Estados Unidos, elas são bem mais visíveis do que aqui na maior parte do Brasil pelo menos e a série consegue criar o clima propício de cada um, deixando tudo muito gostoso de se acompanhar, ainda que nem todas as piadas funcionem, é tudo muito simpático, digamos assim, e eu assisti sempre com um sorriso no rosto. Por isso a reviravolta para o episódio final soa tão abrupta e deslocada.


Não vou dizer quem, mas um dos seis protagonistas morre. Não é a primeira vez que uma série de comédia aborda o tema, mas tem que ser algo trabalhado muito delicadamente para que se consiga extrair humor disso. O que definitivamente não é o caso aqui. Não é um episódio escrito por Tina Fey e eu acho que ela seria a roteirista ideal para isso, pois talento ela tem e já comprovou. Não sei se é algo que acontece no filme original, mas julgando a série pela série, não funciona. É um assunto complexo que foge da atmosfera de alegria que acompanhamos até então e faz com que todas as tentativas de piadas não passem de ser só tentativas, onde nem o constrangimento cumpre sua função. Não estraga a experiência completa, mas sem dúvida alguma deixa um gosto amargo. Há um gancho para uma possível 2ª temporada, mas que dá certo como final também. E se dependesse de mim, assim seria.


Nota: 3/5



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