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Entrevista | Jottapê fala sobre trabalho como dublador em "Sneaks: De Pisante Novo"

  • Foto do escritor: Gabriella Ferreira
    Gabriella Ferreira
  • 15 de abr.
  • 5 min de leitura

Ator e cantor falou com Oxente Pipoca sobre experiência de participar da equipe de dublagem da história infantil.

Divulgação


Sneaks: De Pisante Novo é um filme animado estadunidense que chega aos cinemas brasileiros em 17 de abril. Com participação de Rayssa Leal na dublagem, a produção conta ainda com as vozes de Jottapê e Christian Malheiros, atores da série Sintonia, da Netflix.


O longa acompanha a história de Téo (Jottapê) e Beca, dois tênis que vivem uma jornada repleta de emoção e descobertas. Enquanto Téo prefere a segurança e o conforto de sua caixa de sapatos forrada de veludo, Beca sonha em viver a vida fora da caixa e explorar o mundo. A aventura deles começa quando são inicialmente conquistados em um sorteio por Edson, um jovem prodígio do basquete, mas tudo muda quando os tênis são roubados do garoto por um colecionador de tênis que planeja desmontá-los para fazer falsificações baratas.


Durante uma ousada fuga, Téo se vê separado de Beca, dando início a uma busca emocionante pelas ruas de Nova York, com a ajuda de Beto (Christian Malheiros), um tênis estiloso e apaixonado por tudo o que brilha.


Sneaks: De Pisante Novo tem direção de Rob Edwards e Chris Jenkins, com roteiro de Edwards. O elenco original conta com Anthony Mackie, Laurence Fishburne, Keith David e Chloe Bailey.


Na press day do filme, o Oxente Pipoca conversou com o ator e cantor Jottapê, que dá voz ao personagem principal da animação. Jottapê falou da sua experiência com dublagem e sua relação com o filme. Confira a entrevista na íntegra abaixo: 

 

Gabriella Ferreira (Oxente Pipoca): Antes de mais nada, eu queria começar falando com você sobre a sua experiência: você tem uma trajetória tanto na atuação quanto na música. Como foi, para você, receber esse convite e participar desse filme?


Jottapê: Cara, eu gostei muito de receber esse convite, especialmente depois que me mostraram o roteiro. Eu sou um grande fã de tênis, gosto muito mesmo. Já tinha tido algumas experiências com dublagem quando era mais novo, mas foram coisas bem esporádicas. Agora, dublar o protagonista de uma animação foi a primeira vez — e foi uma experiência muito legal.


Gabriella Ferreira (Oxente Pipoca): Imagino que deve ter sido uma experiência diferente, né? Ainda mais por ser o protagonista. Você se preparou de alguma forma específica? Teve algo que chamou a atenção ou que foi diferente nesse processo?


Jottapê: Então, eu confesso que no início, quando vi que ia ter que dublar um tênis, eu fiquei um pouco confuso, né? Eu falei: 'Como que eu vou fazer a voz de um tênis?' Mas depois eu pensei, tipo assim, acho que até é um pouco mais fácil, porque como não existe uma referência, eu posso criar. Aí eu tentei trazer a minha própria voz, claro, essa coisa mais rouca, que foi o que eles curtiram, né? Eles acharam que já tinha uma identificação do personagem com a minha voz. Mas ali eu também trouxe algumas coisinhas, tipo uma linguagem mais infantil às vezes, puxando pro mais agudo naqueles momentos que o personagem grita e tudo mais.


Gabriella Ferreira (Oxente Pipoca): E tem uma coisa muito legal: você é pai, né? Tem dois filhos. Eu imagino que, pra você, o sentimento também deve ser diferente agora, ao gravar um filme infantil e saber que, no futuro, seus filhos vão assistir. Como foi, pra você, essa experiência de saber que, em algum momento, eles vão estar ouvindo a sua voz como um tênis?


Jottapê: Claro! Na pré-estreia, provavelmente eu vou levar a minha filha, a Atena, que é a maiorzinha, né? Porque o outro ainda é muito bebezinho pra levar no cinema. Mas a intenção foi justamente essa. Eu tentava imaginar as crianças assistindo, sabe? Então, tentei trazer uma linguagem que elas pudessem entender assistindo ao filme — principalmente a mensagem que ele passa.

Divulgação


Gabriella Ferreira (Oxente Pipoca): A mensagem do filme é muito bacana, né? Principalmente nessa questão da aceitação e, ao mesmo tempo, de introduzir um pouco da cultura dos sneakers, da cultura do hip-hop — eu achei isso muito legal. Queria saber se você também faz parte dessa cultura, se é um fã desse universo. E já teve alguma coisa, tipo o Téo, que você não queria tirar do armário de jeito nenhum, queria guardar com carinho?


Jottapê: Olha, na verdade, que nem eu comentei, eu gosto muito de tênis também, mas vamos dizer que eu sou um sneakerhead um pouco diferente — eu gosto de comprar e usar, né? Tipo assim, nossa, sempre que eu mexo tem aquele tênis, mas eu uso mesmo. Eu sempre falo: tem amigos meus que gostam muito de carro, aí eles compram o carro dos sonhos e falam: 'Não, não posso andar muito, senão vai aumentar o KM e depois não vou conseguir vender.' Aí eu falo: 'Você acabou de conquistar o seu sonho e já tá pensando em vender?' Então eu sou mais de usufruir mesmo, sabe? E eu sempre comento que o personagem do Téo faz o inverso da minha vida, né? Eu vim da periferia e conquistei, entrei nesse universo, nessa outra realidade. E ele tá fazendo o caminho contrário.


Gabriella (Oxente Pipoca): Como foi para você trabalhar novamente com o Christian, agora em uma vibe totalmente diferente? Vocês já tinham atuado juntos em uma série mais puxada para o drama, e agora estão dublando dois personagens em um filme infantil, que também constroem uma relação de amizade bem bonita. Vocês chegaram a conversar sobre essa mudança, trocaram ideias sobre essa nova experiência?


Jottapê: É, então, na verdade foi tudo bem corrido. Diferente de Sintonia, que a gente se via durante três meses, que é o tempo de uma temporada, praticamente todos os dias gravando, nesse a gente não gravou juntos, né? Eu gravei num dia, ele gravou no outro, então a gente acabou não se encontrando e nem conseguiu falar sobre ainda. A gente vai se ver na pré-estreia e vai assistir junto, então foi bem diferente. Ah, mas ficou muito legal.


Gabriella (Oxente Pipoca): Ficou muito bacana, que bom! Eu amei. E outra coisa que eu queria saber: você teve uma virada recentemente na sua carreira, né? Chegou a comentar que vai dar uma pausa nos filmes e tudo mais. Como esse trabalho está significando para você nesse momento da sua trajetória artística? É uma nova virada, com outros caminhos surgindo. Você pretende conciliar a carreira de atuação com outros projetos? E tem vontade de seguir também na dublagem?


Jottapê: Cara, dublagem é algo que eu gostei muito de participar. Nós estamos fazendo esse filme, então provavelmente vai ser mais uma coisa aí nesse leque artístico que eu vou buscar também. A atuação é algo que sempre vai me acompanhar, né? Essa virada de chave que você comentou é mais específica até da parte do funk, porque era uma realidade que eu mesmo vivia, né? Não é um personagem como o Doni. Então eu pretendo continuar, sim, com as atuações, com as dublagens. Agora, musicalmente, a gente vai reformular muita coisa.


Gabriella (Oxente, Pipoca): Pra fechar, aqui no Oxente Pipoca a gente sempre faz essa pergunta pra quem conversa com a gente: qual a sua dica de filme brasileiro? Pode ser o seu favorito, algum que você assistiu recentemente e queira recomendar pro público… Aquele que você pensa: 'não, esse aqui o pessoal precisa assistir’. 


Jottapê: Entendi. Eu vou indicar dois, pode ser?


Gabriella (Oxente Pipoca): Pode, claro! Quanto mais, melhor!


Jottapê: O primeiro que eu vou indicar é um filme antigo já, mas é O Menino da Porteira, que foi o primeiro filme em que eu fui protagonista. Eu adoro esse filme. E o segundo, um filme nacional que eu vou indicar, é um com o Christian Malheiros — ele faz um dos protagonistas também — que é Sete Prisioneiros. Na minha opinião, é um dos melhores filmes nacionais, muito bom mesmo. 


Gabriella (Oxente Pipoca): E agora, pra encerrar de fato mesmo, eu queria saber uma coisa: se os seus temas favoritos — aqueles que você mais gosta de explorar na arte — pudessem falar, o que você acha que eles diriam sobre você?


Jottapê: Olha…que eles já pisaram em lugares muito inusitados. (Risos)


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