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Análise | The Last of Us 2x03 (“The Path”): O mundo após o luto

  • Foto do escritor: Vinicius Oliveira
    Vinicius Oliveira
  • há 5 dias
  • 2 min de leitura

Um episódio de transição sobre a vingança disfarçada de justiça.

Divulgação


(CONTÉM SPOILERS DO EPISÓDIO)


Após a hora devastadora da semana passada, que matou inclementemente Joel (Pedro Pascal), The Last of Us entrega um episódio mais contido, morno até – embora fosse previsível que seria assim –, que se ocupa de explorar o luto vivido por Ellie (Bella Ramsey) e como este o impele a ir atrás de Abby (Kaitlyn Dever) e seus companheiros. Ao mesmo tempo, somos brevemente apresentados ao grupo dos Serafitas e ao conflito entre estes e os Lobos que governam Seattle, configurada no final do episódio como o palco para o conflito que se desenrolará pelo restante da temporada.


As sementes da vingança plantadas no episódio passado florescem mais e mais aqui, mesmo sob um (aparentemente legítimo) discurso de justiça. Mesmo que o salto temporal de três meses mine um tanto do peso da perda de Joel e certas sequências com diálogos expositivos – como a entre Gail (Catherine O’Hara) e Tommy (Gabriel Luna) – sirvam num aspecto muito funcional e burocrático, gosto muito da maneira como o episódio explora a dicotomia entre as necessidades de Jackson, ainda profundamente abalada pela batalha do episódio anterior, e o desejo quase insaciável de vingança de Ellie (que ainda tenta contê-lo ou mascará-lo até certo ponto, embora aqueles mais próximos a ela vejam por trás da máscara). Sim, a morte de Joel é devastadora para a personagem e também para nós espectadores, que o tínhamos como o protagonista da série até então, mas vingá-la poderá satisfazer as necessidades coletivas da cidade? Não há respostas fáceis, o que vem sendo a marca de The Last of Us até aqui.


Nesse sentido, a atuação de Bella Ramsey é mais uma vez fundamental para expressar a gama de emoções e até os traços sociopatas de Ellie, cada vez mais manifestos aqui. Sua cena com Gail no hospital, as sutis mudanças de expressão entre seus momentos sozinha ou interagindo com outros personagens, sua dinâmica com Dina (Isabela Merced, que se comprova cada vez mais o destaque da temporada) – é um trabalho soberbo de atuação que infelizmente não calará seus detratores, ainda estupidamente presos à sua caracterização ou ao apego tolo aos jogos originais, mas que comprova que elu foi a escolha certa para o papel.

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Apesar de cair num lugar um tanto mais funcional para o andamento da trama, The Path cumpre seu papel de nos levar para um novo momento da narrativa de The Last of Us. Nossa visão deste mundo pós-apocalíptico está aumentando, com novos jogadores em cena, mas a série permanece fiel ao micro, explorando a velha narrativa de ciclos de vingança mas por uma perspectiva fresca e atraente. Tenho pena de quem cruzar o caminho de Ellie, e desde já me pergunto: o que acontecerá quando a sua sede de vingança pelo assassinato de Joel não puder mais ser satisfeita?

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