Crítica | A Sogra Perfeita 2
- Ávila Oliveira
- 12 de set.
- 2 min de leitura
Mesmo simpática e com elenco carismático, o texto travado impede a comédia de crescer.

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Após conhecer o poder da liberdade, em A Sogra Perfeita 2, Neide (Cacau Protásio) acaba negando o inesperado pedido de casamento do seu namorado, Oliveira (Marcelo Laham), por medo de perder sua incrível independência após conseguir fazer com que os filhos saíssem de dentro do teto dela. No entanto, o surgimento de sua sogra portuguesa (Fafy Siqueira) com malas prontas para o casório instiga a curiosidade de toda a vizinhança e cada um deles começa a se preparar para a suposta cerimônia. Agora, Neide precisará resolver a situação sozinha enquanto dá continuidade à sua renomada carreira de cabeleireira.
Apesar de simpático e apoiado em um elenco cheio de carisma, A Sogra Perfeita 2 esbarra em um roteiro engessado que impede a comédia de ganhar ritmo. A trama tenta reproduzir, às vezes com detalhes desnecessários, as conquistas do filme anterior, mas a narrativa não consegue se expandir, preferindo caminhos já conhecidos e pouco ousados. O resultado é um humor controlado, que nunca chega a surpreender nem crescer.
Os atores aproveitam bem o material disponível e conseguem extrair graça mesmo das situações mais previsíveis. O jogo de cena, aliado ao entrosamento entre os atores, dá ao público momentos divertidos que compensam, em parte, as limitações da escrita. É no talento do elenco que o longa encontra energia para se sustentar.

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As lições apresentadas surgem de maneira tão evidentes que soam quase ingênuas. A abordagem dos temas é simplificada ao máximo, sem espaço para nuances ou reflexões mais elaboradas. O que poderia ser uma análise leve e divertida, acaba se reduzindo a um olhar raso, que prefere reforçar fórmulas em vez de aprofundar o discurso.
Mesmo com a repetição de situações e a insistência em retornar aos mesmos conflitos, A Sogra Perfeita 2 conquista pelo charme inocente que carrega. Não é uma produção inventiva, mas consegue segurar a atenção pela leveza, pelo humor espontâneo e pelo espírito acolhedor que transmite, mesmo dentro de suas fragilidades.
Nota: 2/5