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Foto do escritorDavid Shelter

Crítica | Rivais

Um show de tensão e sensualidade

Foto: Divulgação


O diretor italiano Luca Guadagnino se tornou mundialmente conhecido após lançar, em 2017, o filme Me Chame Pelo Seu Nome, baseado na obra homônima escrita por André Aciman e vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado no Oscar de 2018. De lá Para cá, seu nome retornou às telas com Suspiria, em 2018, e Até os Ossos, em 2022. Esse ano ele nos traz Rivais, com Zendaya, Josh O’Connor e Mike Faist compondo o elenco principal.


Sabe aqueles momentos “já olhou para alguém e pensou: o que passa na cabeça dela?”? É assim que nos sentimos ao assistir as cenas daquele fatídico jogo. Com os três personagens ligados, e as trocas de olhares constantes entre eles, a tensão se torna palpável instantaneamente. Só no decorrer de tudo é que finalmente vamos descobrindo o que se passa na cabeça deles, mas, até chegar lá, o filme nos entrega vários minutos deliciosos de um entretenimento de qualidade amparado por sensualidade, erotismo e um texto fluido escrito por Justin Kuritzkes.


Um dos componentes principais deste filme é o entrosamento que há entre o trio escolhido. Sozinhos, cada um já tem uma presença em tela magnífica, quando se juntam em dupla tudo se eleva, mas quando estão os três juntos, a coisa alcança um nível magistral absurdo. Tem tanto impacto em tela que não tem como não ficar vidrado vendo aquelas performances. Não consigo destacar nenhum, pois, achei os três tão bem encaixados que é como se fossem partes de um corpo maior em harmonia para entregar um resultado excelente, e, a meu ver, conseguiram. É essa química que faz o restante dar certo.

Foto: Divulgação


Guadagnino explora esse detalhe durante todo o filme, não apenas a presença abstrata de suas atuações, mas também todo o potencial corporal dos três. Eles evocam a sensualidade no menor dos movimentos, é possível sentir a tensão e o desejo. Não apenas o erotismo é bem trabalhado, como quase se torna uma dança coreografada a passos milimetricamente ensaiados, e, como se fosse um desafio, a trilha sonora vibrante pega tudo isso e joga vários patamares acima. Ela faz com que você sinta toda a pulsação e deixa uma sensação hipnótica, onde a única coisa que é possível fazer é apreciar e esperar pelo próximo passo.


Para além das atuações, temos um enredo que vai se moldando em volta de um único jogo. Assim como os movimentos de uma bola de tênis, a história vai e volta no tempo até chegar ao seu fim. Sem pressa alguma, vemos se desenrolar todos os percalços dos três personagens que fizeram aquele momento acontecer. A cada nova informação aquele jogo vai ficando cada vez mais excitante, até chegar ao glorioso ápice do match point. Não apenas do jogo, mas na finalização da trama do trio.


Rivais empolga, encanta, hipnotiza e te faz vibrar a cada cena. É charmoso, caótico e absurdamente sensual. Um dos filmes recentes mais gostosos de assistir e uma experiência cinematográfica que vale muito a pena.


Nota: 4,5/5

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