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Crítica | Tron: Ares

  • Foto do escritor: Ávila Oliveira
    Ávila Oliveira
  • 13 de out.
  • 2 min de leitura

Continuação não economiza nos apelos visuais e sonoros para compensar roteiro bobo

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Foto: Reprodução


TRON: Ares acompanha Ares (Jared Leto), um programa de inteligência artificial do mundo digital, que é enviado ao mundo real numa perigosa missão, marcando o primeiro encontro da humanidade com seres digitais. A história aborda o que significa ser humano, enquanto Ares questiona a sua própria programação e tenta compreender o mundo real, numa jornada cheia de desafios e descobertas. 


TRON: Ares chega aos cinemas com a confiança e a experiência de quem sabe o que o público espera: brilho, neon, som alto e nostalgia digital. O filme diverte descompromissadamente, oferecendo uma experiência sensorial que privilegia o impacto visual e sonoro em detrimento da narrativa, nenhuma novidade. É um espetáculo montado para impactar num nível primário de sensações mais do que para ser pensado, e nisso ele se sai muito bem.


A trilha sonora da banda Nine Inch Nails é, de longe, o que o longa tem de mais precioso. Trent Reznor e Atticus Ross criam composições vibrantes que mesclam melancolia e futurismo à base de muito sintetizador, dando identidade e ritmo ao universo de TRON. A música não apenas acompanha as cenas, ela as define, elevando o que o roteiro, por vezes, não sustenta. É um trabalho sofisticado que dá alma ao filme e reafirma a dupla como uma das mais inventivas do cinema hollywoodiano contemporâneo.

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Foto: Reprodução


TRON: Ares sabe que sua história é uma bobagem (no melhor sentido da palavra) e não força a barra tentando ser mais complexo do que é, mas é um pouco decepcionante ver que, no momento atual da pauta inteligência artificial, o enredo não tenta enriquecer o debate ou dar mais densidade. O texto, que ainda gira em torno da velha briga entre programas e criadores, e só arranha os outros segmentos. Falta profundidade, falta metáfora, falta aquele subtexto que fazia o original parecer maior do que era. No fim, tudo soa simplificado, como se o filme tivesse medo de perder o público caso ousasse pensar demais.


A atuação de Jared Leto é especialmente ruim. Não é porque seu papel é uma forma de inteligência virtual que o personagem tenha que ser tão apático. Sua performance é travada, sem alma, e por vezes até desconfortável de assistir. Num universo digital que clama por emoção e empatia, ele entrega um protagonista frio e sem qualquer carisma.

No saldo final, TRON: Ares ganha pelos apelos, mas não cativa na essência. Tem mais sentimento do que Tron - O Legado (2010), é verdade, mas não traz a revolução técnica que separou o segundo do primeiro. É como uma atualização de software que mudou alguns detalhes de interface, mas as funções seguem sem nenhuma melhoria.


Nota: 3/5


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