Os Melhores Filmes Brasileiros de 2025 (até agora)
- Oxente Pipoca
- há 2 dias
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Do faroeste goiano ao musical cearense, 2025 já se desenha como um dos grandes anos do cinema nacional recente

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Estamos só no meio do ano e o cinema brasileiro já entregou de tudo: dramas, comédias, faroestes, cinebiografias, musicais nordestinos, histórias LGBTQIAPN+ e tantas outras narrativas originais. O melhor? Sem perder o tempero brasileiro.
Pensando nisso, o Oxente Pipoca preparou uma lista com os melhores filmes nacionais lançados em 2025 (até agora) e tudo indica que este pode ser um dos grandes anos para o cinema brasileiro recente. A única regra usada para esta seleção foi simples: o longa-metragem precisa ter sido lançado oficialmente nos cinemas brasileiros a partir de 1º de janeiro. Produções que estrearam apenas em festivais, sem lançamento comercial, não entraram na lista.
Então, vamos lá... Os melhores longas brasileiros lançados no primeiro semestre de 2025 foram:
Oeste Outra Vez (GO)
Dir. Erico Rassi

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“O texto de Rassi também brinca com um humor duro e quase involuntário existente entre seus personagens mal resolvidos, uma ironia presente na eterna e cordial guerra fria de egos rivais almejando a mesma meta: uma dignidade que só existe no plano das ideias. Interessante é ver também como aqueles homens trabalham sua codependência no trabalho e na socialização, “é bom ter uma pessoa por perto que é um ajudando o outro” é a forma mais próxima de demonstrar o apreço pela amizade, mesmo marcado a ferro quente pelos parceiros de trabalho eles são como família onde “um cuida do outro”, e onde cuidado significa meramente a manutenção básica da vida.” – Ávila Oliveira
Kasa Branca (RJ)
Dir. Luciano Vidigal

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"Um dos afetos mais profundos que existem, sem dúvidas, é a relação entre avós e netos, especialmente dentro do contexto do país em que vivemos, onde muitas assumem a criação dos seus netos para que seus filhos possam trabalhar ou não cumprir com suas funções familiares mesmo. É uma realidade cruel e é essa que vemos em Kasa Branca. A mãe de Dé faleceu, o pai é ausente e ele só tem a avó e se ela cuidou dele, ele agora cuida dela já debilitada com os graves sintomas do Alzheimer. É uma relação silenciosa entre os dois, com muito carinho e dedicação que o diretor, Luciano Vidigal, mostra nos mínimos detalhes com uma sensibilidade através do olhar que poucos conseguem entregar." – Gabriella Ferreira
Homem com H (SP)
Dir. Esmir Filho

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"O cineasta Esmir Filho consegue, mesmo dentro dessa estrutura preconcebida, criar sequências bastante originais, ainda que deixe claro suas referências em alguns momentos, sempre dando frescor à narrativa. O texto acompanha a inquietude de Ney desde a infância, marcada pelo abuso físico do pai, até a vida adulta cheia de conquistas. Visualmente, o filme também faz jus à genialidade do artista-protagonista. Esmir opta por apresentar as inspirações e motivações de Ney de forma clara, mas nunca expositiva, costurando essas referências dentro dos números musicais e das situações que carregam o peso da construção simbólica." – Ávila Oliveira
Ainda Não É Amanhã (PE)
Dir. Milena Times

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Janaína é uma jovem de 18 anos que mora com a mãe e a avó em um conjunto habitacional na periferia do Recife. Ela é a primeira pessoa da família que pode obter um diploma universitário, mas uma gravidez indesejada ameaça os planos que havia traçado para sua vida.
Manas (PE)
Dir. Marianna Brennand

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"Manas tem um enredo cruel de amadurecimento, mas em nenhum momento Brennand se interessa em explorar, no sentido negativo da palavra, essa crueldade. O roteiro não está focado no melodrama ou no sofrimento de Marcielle. Ele mostra como aquela menina lida com tantas descobertas dolorosas e o que ela escolhe fazer dentro de suas limitações para quebrar aquele ciclo de desventuras. O texto aborda o micropoder da condescendência religiosa, a relação harmônica com a natureza quase como um refúgio, e a ajuda limitada que os poderes externos tentam oferecer dentro de um ecossistema viciado e fechado numa espiral de silêncio e falso moralismo." – Ávila Oliveira
Baby (SP)
Dir. Marcelo Caetano

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Logo após ser liberado de um Centro de Detenção para jovens, Wellington (João Pedro Mariano) se vê à deriva nas ruas de São Paulo. Durante uma visita a um cinema pornô, ele conhece Ronaldo (Ricardo Teodoro), um garoto de programa, que lhe ensina novas formas de sobreviver. Aos poucos, a relação dos dois se transforma em uma paixão cheia de conflitos, entre a exploração e a proteção, o ciúme e a cumplicidade.
Betânia (MA)
Dir. Marcelo Botta

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Após a morte do marido, Betânia (Diana Mattos), uma parteira de 65 anos, é convencida pelas filhas a voltar ao seu povoado, na orla das dunas do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, onde o resto da família ainda vive. Ela deixa para trás uma vida simples e agrária, sem eletricidade, e chega a um lugar em que tradição e modernidade colidem. Impulsionadas pelos sons ancestrais do Maranhão, Betânia e seus familiares buscam renascer —enquanto o mundo acaba.
Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa (SP)
Dir. Fernando Fraiha

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"Isso é ainda mais evidente na própria atuação de Isaac Amendoim, que esbanja tamanho carisma e talento que é como vermos o próprio Chico Bento em carne e osso. O humor inocente que ele coloca no personagem (como na sequência em que descreve sua ‘amizade’ com Nhô Lau), a energia caótica das suas ações e a sensibilidade — seja nos sentimentos por Rosinha ou na relação simbiótica com a goiabeira — são marcas de um talento em ascensão. Sem exagero nenhum, Isaac é a alma do filme e entrega aqui provavelmente uma das minhas atuações mirins favoritas no cinema recente." – Vinicius Oliveira
Antonio Bandeira – O Poeta das Cores (CE)
Dir. Joe Pimentel

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O documentário reconstitui a vida e analisa a obra de Antonio Bandeira, artista plástico cearense que ganhou renome internacional. Conduzido por seu sobrinho Francisco, o filme coleta depoimentos de artistas, curadores e críticos de arte, que desvendam as influências, técnicas e transformações de seu trabalho e o legado deixado pelo pintor, ajudando a decifrar sua trajetória na vida e na arte.
Capitão Astúcia (DF)
Dir. Filipe Gontijo

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Santiago (Paulo Verlings) é um ex-astro mirim frustrado com a carreira de pianista. Para escapar de um revival na TV, o rapaz se refugia com o avô (Fernando Teixeira), mas encontra o velho decidido a se tornar super-herói. A parceria improvável vai se transformando em uma bela amizade conforme o neto é cativado pelo amor que o avô tem pela vida. À sua forma, Santiago se tornará um ajudante de super-herói para que o avô enfrente a velhice com a mesma valentia que encarna o herói Capitão Astúcia.
O Melhor Amigo (CE)
Dir. Allan Deberton

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"Para além disso tudo, este é um filme bonito plasticamente. O tratamento de cores intensifica o calor, a tropicalidade, o tesão e a sensação de delírio febril constante durante toda a produção. Allan e sua equipe souberam imprimir uma estética que remete aos excessos dos anos 80 e início dos anos 90 com neons, metalizados e estampas. É um filme exagerado em tudo e não só no visual. É exagerado nos sentimentos, nas texturas, nas músicas, mas não é um exagero que foge do tom. É um transbordamento da força do resultado que explode quase para fora da tela." – Ávila Oliveira
Ritas (SP)
Dir. Oswaldo Santana e Karen Harley

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Dois anos depois da sua morte, Rita Lee (1947 – 2023) é tema de um documentário em que a própria cantora relembra os principais momentos da sua trajetória. Entre imagens de arquivos e entrevistas concedidas ao longo dos seus 50 anos de carreira, o filme traz a última conversa da artista, gravada em sua própria casa. O público poderá conhecer um pouco mais da trajetória da eterna ovelha negra, incluindo fatos desconhecidos da sua vida e as referências criativas de seus principais sucessos.